Em 2007, o Fluminense trouxe um rapaz que se destacava no Paraná Clube e atendia pelo nome de Thiago Neves. Sempre chamou atenção pela sua categoria e vontade dentro de campo, mas chegou para ser reserva do hoje bacalhau Carlos Alberto. Começou a ser olhado com mais carinho em um Fluminense x Internacional, no qual entramos com um time cheio de reservas, incluindo o próprio Thiago. Pois o mistão tricolor meteu uma goleada de três a zero nos colorados, que começou com uma belíssima falta batida por TN.

Aos poucos foi ganhando espaço e quando Carlos Alberto foi embora de novo, se tornou dono da camisa 10 tricolor. No meio do caminho, sua inocência, burrice ou mau-caratismo (cada um entende como quiser) manchou sua ficha ao se meter em uma negociação com o Palmeiras.

Ainda assim entrou de vez para a história do Fluminense e conquistou a torcida no dia 10 de fevereiro de 2008 – mais uma vez em uma escalação mista – ao meter três gols em cima do flamengo e dançar o “créu” junto com a torcida. Fluminense 4×1. Um jogo jamais esquecido.

A partir dali foi o principal nome do Fluminense e comandou o time na Libertadores, com direito a três gols na fatídica final. Então nós tivemos que sofrer com a derrota e com o desmanche. Sobrou para Thiago Silva e Conca (não por acaso, os dois maiores ídolos recentes) segurarem o time no Brasileirão, pois TN fez suas malas para o Hamburgo da Alemanha.

Acontece que o Créuzinho não conseguiu se adaptar. Chegou como estrela ascendente e saiu como reserva do reserva pouco mais de seis meses depois. Vendido ao Al-Hilal da Arábia Saudita, conseguiu voltar ao Flu por empréstimo de cinco meses. Fez uma ou outra partida boa, mas decepcionou e não deixou saudade dessa vez. Hoje ele reconhece que errou ao sair logo após a competição e sabe que deveria ter esperado, como fez seu xará.

Em 2011 ele queria voltar ao Brasil, procurou o Fluminense e aí temos três versões diferentes:

– Muricy vetou sua contratação;

– Desistiu porque não queria ser reserva de Conca e Deco;

– Preferiu mesmo ir para a Gávea.

Como cada versão tem sua fonte, prefiro novamente deixar como cada um entende como quiser.

Acabou sendo um dos principais nomes mulambos e conquistou o carioca e uma vaga para a Libertadores. Mas aí, no meio de muita confusão, ele aproveitou a bagunça da turma da Tia Paty e com a ajuda do Celsão, conseguiu voltar às Laranjeiras.

Voltou, treinou, jogou e decepcionou. Corre, marca, mostra garra, é importante no esquema e é o homem das bolas paradas. Mas ainda não é quem a torcida do Fluminense espera. Erra passes, mata alguns contra-ataques e não consegue fazer ou dar seguimento nas jogadas. Trocou a 7 pela 10 e houve uma leve melhora, mas ainda não conseguiu arrancar o grito de créééuuu, que tá prontinho pra sair da garganta dos tricolores. Mesmo o “ah, Thiago Neves” não sai com a sinceridade que já teve um dia.

Hoje alguns ainda esperam, enquanto outros já desistiram e nem o querem com a camisa do Flu. Reconheço que ele errou muito na carreira, mas como sou um cara esperançoso e estou no primeiro grupo, a cada jogo torço para que o Thiago Neves de 2008 reapareça. Acho que a conquista da titularidade na Seleção nacional (não que a opinião do Mano signifique muito) pode inspirá-lo e fazê-lo brilhar novamente no Fluminense.

Se isso acontecer, pode ter certeza que serei o primeiro a puxar o grito: Créééuuu! Créééuuu! Créééuuu!

ST!

Rodrigo César – o Rods

Panorama Tricolor/ FluNews

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Imagem: lancenet.com.br

Contato: Vitor Franklin