Nesta segunda-feira (2), o Fluminense dá um grande passo para evitar de vez o descalabro que se anuncia em volta do clube, ameaçando ensaios de uma possível SAF liderada pela gestão mais perdulária da história tricolor.
A oposição se reunirá para tratar dos assuntos do clube, e os que se opõem ao jeito de “gerir” (entre aspas mesmo) a amada instituição só esperam uma única palavra em prol do Fluminense: união.
Marcada em algumas situações por pessoalidades e vaidades que não fazem sentido nem constroem coesão – nunca é demais lembrar de 2022 -, a oposição do Fluminense deixou a desejar noutras ocasiões. E quem pagou caro por isso foram o clube e a torcida tricolor, ao menos a fração que já entendeu que o Flu não sobrevive só de bons resultados. Precisa de uma instituição saneada para crescer.
A maior prova da desordem tricolor está no avião desgovernado desde o vice-campeonato mundial ano passado até a lanterna no Brasileirão deste ano, grave situação que está sendo felizmente contornada mas que ainda exige cuidados. É essa desordem que se precisa combater.
Um ponto muito positivo é que alguns baluartes da oposição tricolor, que não são propriamente amigos, já confirmaram presença no evento. Importante que a causa esteja verdadeiramente acima dos objetivos pessoais, por mais que estes sejam legítimos.
Não é uma reunião de beija-mãos ou de casamento entre membros de famílias, mas o momento de um debate sadio, sincero, respeitoso e que foque na causa comum, coletiva, que é o Fluminense.
Sem donos da verdade.
Cada opositor é muito importante neste momento.
Que toda empáfia seja jogada no lixo, pois é inútil.
É preciso exercer mais o “nós” do que o “eu”.
Embora não faça campanha para candidatos, o PANORAMA sempre abriu espaço para manifestações políticas em lives, colunas e retransmissões.
Ao contrário de uns e outros enrustidos da dita internet tricolor, aqui tudo é feito às claras, e não é segredo para ninguém que alguns dos nossos integrantes foram ou são membros de um grupo político – no caso, a FAT -, assim como todos já sabem que nosso cronista e comentarista André Horta lançou sua pré candidatura à presidência do clube, com enorme repercussão em comentários e mensagens.
Desde já, também não é segredo para ninguém que vários dos nossos integrantes vibraram com o anúncio desta pré-candidatura, até porque o assunto era sigiloso e quase ninguém sabia. Assim sendo, toda sorte e força ao André, que decidiu se lançar de forma democrática e livre, como deve ser. É seu pleno direito, queiram ou não.
Que surjam mais pré-candidatos e que o debate seja livre, com o respeito que o assunto exige. O Fluminense precisa muito disso.
É hora de somar forças e não de desprezá-las.
É hora de valorizar realmente todas as potências do processo político sem subestimar quem quer que seja, o que seria um erro estúpido.
É hora de dialogar e se colocar no lugar do outro de verdade. É hora de mais apuro em saber ouvir do que saber falar. Agregar, sim; apartar, jamais. As lições do passado são muitas.
Não precisamos de “eu”, porque ele já está no clube detonando a instituição; precisamos de “nós”.
Sem armas no chão, mãos estendidas e corações limpos, viabilizar a oposição do Fluminense é impossível. Que cada um tenha isso em mente.
O noticiário artístico internacional mostrou nestes dias que, após mais de uma década perdida e algumas centenas de milhões de dólares jogados fora, uma das maiores bandas de rock dos últimos 30 anos está de volta – o Oasis, dos famosos irmãos Gallagher. Depois de mil farpas inúteis pela imprensa e muita confusão, a dupla finalmente se entendeu e tocará pelo mundo para duas gerações que nunca os viram juntos.
Essa reunião certamente envolve muita coisa nos bastidores, mas o mais importante é que pessoas outrora vistas como inimigas eternas agora estão juntas, para o delírio de milhões de fãs.
A causa ficou acima das pessoalidades.
Um excelente exemplo para a reunião desta segunda-feira.
Que o Fluminense vença o São Paulo neste domingo e que amanhã a oposição tenha uma grande noite de diálogo e inteligência.
Assim seja.
Que a reunião de amanhã sirva para unir o Fluminense que precisa de gestão ao invés de vaidade