Editorial – O czar joga contra o Fluminense e sua torcida

Um corte do discurso do czar tricolor para a vassalagem do CDel está circulando na internet. Ao mesmo tempo que deixa algumas coisas claras, é um desserviço para o Fluminense.

Em primeiro lugar, o czar (ou Venerável) insiste na fantasiosa manipulação da realidade, colocando-se como o próprio Fluminense e, por isso, imune a críticas. Quem o fizer, “torce contra”. Chega a ser patético que o autor dessa sentença seja pré-candidato a CEO do clube, cargo que exige não apenas competência técnica e experiência multivariada (que o pré-candidato não tem), mas também postura institucional e respeito a todos os tricolores, não apenas os que o bajulam.

Segundo, a repetição do discurso de que adversários do czar “torcem contra” o Fluminense é leviana, mentirosa e irresponsável. Estimula o ódio entre tricolores, causa mal estar em todas as grandes concentrações de torcedores do Flu, provoca rixas entre amigos. É isso que quer o atual comandante do clube? O ódio? O caos? Deveria ser o primeiro a dar o exemplo de respeito entre tricolores, mas faz exatamente o contrário. Mais um gesto de mesquinharia política.

Os tricolores de oposição não estão contra a figura do czar, mas sim dos atos de sua gestão tresloucada, marcada por mentiras, manipulações de balanços, um vazadouro de milhões em contratações equivocadas, tão equivocadas que quase sugerem a realização de propósito para finalidades que não beneficiam o Fluminense, mas terceiros.

Estão contra a mentira da não implementação do voto on line, uma clara manobra eleitoreira para manter o curral e vender uma falsa democracia. E contra o abandono do Estádio das Laranjeiras, promessa crucial de campanha e, claro, não cumprida porque a falta de palavra é a marca da gestão tricolor há anos, acentuada a partir de 2019.

Estão contra a ditadura da informação, que vai desde as discussões sobre SAF até as famosas cláusulas de confidencialidade, usadas para enganar sócios e torcedores, impedindo que se conheça a realidade dos números do clube, mesmo que a maioria saiba das péssimas condições das contas tricolores.

Estão contra as dezenas de troféus jogados no porão, para que o Fluminense não tenha seu Museu e sim o Centro de Valorização Prioritária da Libertadores, desprezando 120 anos de história como se o clube tivesse sido fundado em 2023.

Estão contra trocar um ataque com Kauã Elias e John Kennedy por Eve e Paulo Baya… Gastando mais de 100 milhões em contratações esdrúxulas.

Nada disso é torcer contra o Fluminense. Pelo contrário, é defendê-lo da malignidade que insiste em tentar sequestrá-lo como refém de negócios duvidosos e acordos a granel.

A cada dia que passa, a única certeza evidente é: o czar joga contra o Fluminense e sua torcida por meio de uma retórica mentirosa e confusa de propósito. Os 123 anos do Tricolor não podem ser tratados como porcaria em função de dois títulos cariocas é uma Libertadores.

Já estamos em 2025, a pouco tempo do Mundial e tudo que temos desde a Recopa, há mais de um ano, são duas eliminações ridículas no Carioca, um quase rebaixamento no Brasileirão e a humilhação do octa perante o Botafogo, além de um clube devastado financeiramente. Tudo que não queríamos às vésperas do Mundial de Clubes.

Apesar de tudo isso, contrariando as falácias do czar, a torcida tricolor estará apoiando o time logo mais diante da Aparecidense. Ela torce a favor e não joga contra. Sua prioridade é o clube, não os negócios particulares.

4 Comments

    1. Falta de vergonha na cara. Querem ganhar a eleição na marra, mas o trabalho vai continuar com Mário CEO sim.

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