Na TV esportiva, aconteceu o que ninguém esperava. Com naturalidade e sinceridade, Roger Flores (ex-jogador do Fluminense com diversas passagens) comentando a crise tricolor disse que o presidente do Fluminense simplesmente está rasgando dinheiro, por conta das renovações de contrato impróprias que havia feito com Fernando Diniz e, mais recentemente, com Mano Menezes.
Os dois treinadores foram demitidos pouco após a renovação dos contratos, feita quando ambos enfrentavam muitos questionamentos da torcida tricolor. E, claro, a indenização de ambos prevê o pagamento integral de salários até o fim de seus contratos.
O resultado aí está: provavelmente o Fluminense pagará salários a um terceiro treinador em breve.
Podemos analisar o tema sob vários aspectos, mas evidentemente o mais marcantes de todos é o do planejamento, ou melhor, da falta dele.
É bom que se diga: o presidente tricolor, conhecido por sua gestão perdulária e com muitos balanços ressalvados nas costas, no mínimo foi imprudente na renovação antecipada dos contratos de Diniz e Mano. Aliás, é uma tônica de sua gestão: velocidade de renovação, contratos longos e, se não der certo, é só rasgar o dinheiro e tudo bem.
Dinheiro do Fluminense, não do presidente mas sim do clube.
Não há notícia na história de que o mandatário tenha posto um centavo seu sequer no clube. Pelo contrário, recebeu quando era funcionário. Agora, em sua fase abnegada, está em sua sétima temporada trabalhando de graça para o Fluminense com muito empenho.
O problema é que o “de graça” sai caro. Só os contratos de Diniz e Mano vão custar alguns milhões de reais aos combalidos cofres tricolores nos próximos meses. E de rasgar em rasgar, o Flu vai se atolando…
O presidente exige ser o CEO do clube numa eventual transação de SAF. Por vários motivos, nenhum pessoal mas todos relativos às ações presidenciais, este PANORAMA considera essa eventual condição uma verdadeira sandice.
Roger, que não é economista nem profissional do mercado de capitais, com simples bom senso resumiu a atual gestão do Fluminense: uma rasgadora de dinheiro.
Alguém consegue imaginar algo tão grotesco no mundo corporativo?
Seria um caso sem precedentes: uma empresa bilionária nasceria com um CEO que nunca exerceu a função em lugar nenhum, mas que como presidente de clube é um notório perdulário.
Por fim, os porta-vozes oficiosos do Fluminense noticiaram que alguns jogadores gostariam da volta de Fernando Diniz, que evidentemente só voltaria ao clube recebendo a indenização e mais um plus, decorrido de seu ótimo trabalho nos últimos meses…
Em caso de nova demissão futura, os jogadores aceitariam contribuir financeiramente para o pagamento da rescisão do treinador ou é apenas o caso de rasgar dinheiro? Ou, como se fala nos botecos, estabelecer a famosa “parceria caracu”?
Rasgar dinheiro.
Um CEO que rasga dinheiro.
Tomamos emprestada a velha máxima botafoguense: “Há coisas que só acontecem ao Fluminense”.