NENHUM TÍTULO, JOGADOR, DIRIGENTE, TREINADOR E TORCEDOR É MAIOR DO QUE O FLUMINENSE
Não existe torcedor tricolor que não tenha ficado feliz com a conquista da Copa Libertadores 2023. É um dos títulos mais importantes da legendária história do clube, mas justamente por ela ser legendária, com 122 anos, não pode ser resumida a um momento, seja recente ou passado.
Fato é que, com exceção da Recopa, um título muito mais importante por causa de ter derrotado a LDU do que qualquer outra coisa, o ano de 2024 tem sido um desastre para o Fluminense.
Dentro do campo, foi trucidado no Campeonato Carioca. Só este ano, escapou de goleadas inacreditáveis de Flamengo e Botafogo por pura sorte. Há meses, é dominado e muito pressionado dentro do próprio campo por qualquer adversário, não importando a qualidade. Há meses, o time não joga uma única partida bem nos 90 minutos. Invariavelmente tem se apresentado de forma lenta, confusa, previsível, sem criatividade nem alternativas, medíocre. Nem de longe parece o campeão da América. A campanha no Brasileirão é patética. O único alívio vem da Libertadores, onde a classificação veio muito mais pela fragilidade dos adversários do que pelo Fluminense em si, que de imbatível não tem nada.
Fora de campo, o descalabro é tamanho que, no ano de maior arrecadação da história do clube, 2023, o rombo nas contas provocou uma ressalva no balanço em mais de 200 milhões de reais, provocada por uma inacreditável gambiarra. Isso resume uma política de desprezo aos jogadores da base para o fortalecimento de veteranos caros, sem qualquer identificação com o clube e sem a menor expectativa de retorno técnico, justamente quando o Fluminense mais precisava de oxigenação e renovação.
Os resultados aí estão para quem quiser ver, com exceção de algumas maritacas que, em nome do título da Libertadores, acreditam que jogadores, comissão técnica e dirigentes têm até o direito de defecar nos outros, se preciso for, passando pano e relativizando barbaridades diariamente. Para tudo há desculpas esfarrapadas que não enganam uma criança de chupeta, mas que têm conquistado os corações de muita gente sem noção.
A alegria pelo 04 de novembro pode ser eterna, assim como 21 de julho e outras datas, mas é bom que se diga: 122 anos de vida não se limitam a um dia. O Fluminense é maior do que todos os seus títulos, jogadores, dirigentes, treinadores e torcedores. Aliás, sem o Fluminense não haveria Libertadores, Recopa, demais campeonatos e até a Seleção Brasileira – pioneiro dos paradigmas desportivos, foi o Flu que abriu trilhas para todos esses caminhos. Comemorar a Libertadores é merecido, mas não se rebaixar à ela.
Chega de idiotices como culpar a torcida por atuações estapafúrdias em campo. O Fluminense tem é que trabalhar e mostrar serviço. Afastar-se imediatamente da zona de rebaixamento, já que mais um Brasileiro está sendo jogado fora. Tem até agosto para se preparar para a Libertadores. É hora de menos conversa fiada, coletivas arrogantes e verborragia oca, de mais trabalho e superação. E de menos maritacas passando pano, com mais tricolores cobrando o que é devido.