Nesta terça, todo o foco do Fluminense está direcionado para a classificação à fase final da Libertadores, e assim deve ser.
Contudo, num país onde as barbaridades são naturalizadas diariamente, o futebol não fica imune a tais processos.
Por isso, surgiram fortes indícios da transferência da partida final do Carioca 2021 para Brasília, com o objetivo de se abrir o Estádio Nacional para o público. E, claro, de fazer do jogo uma peça política.
A caminho do meio milhão de mortos, o Brasil está longe de controlar a pandemia. Noutros países, como a Inglaterra, a volta gradual dos torcedores já aconteceu porque o número de vítimas fatais pela Covid19 não ultrapassa um dígito. Enquanto isso, nosso país tem quatro dígitos diários. Este PANORAMA TRICOLOR sofreu a perda de três entes queridos de integrantes da equipe, mais a filha de um querido amigo.
Não bastasse tamanha sandice, a eventual mudança de palco da decisão significaria rasgar o regulamento e promover uma virada de mesa em favor do rival.
Sob todo e qualquer aspecto, a retirada do Maracanã como palco da decisão carioca é inaceitável.
A se confirmar a barbaridade, o Fluminense deve agir com força máxima em TODAS AS INSTÂNCIAS – jurídicas, políticas e sociais, com mobilização intensa de seus milhões de torcedores – em defesa de seus direitos, do respeito à sua própria história, até às últimas consequências, e do próprio povo brasileiro. Desde o início da pandemia, o clube mostrou-se impecável na luta contra o negacionismo e não pode se curvar agora, a se confirmar tamanha mesquinharia.
Os dirigentes rivais não são donos da competição, nem da Federação, nem do futebol brasileiro. E o Fluminense não pode ser coprotagonista de uma sandice que terá reprovação mundial caso aconteça.