Aquele garoto cheio de marra e craque do futebol de praia fez época no Fluminense.
Craque, craque, mil vezes craque.
Se quisesse, poderia ser um meia armador. Cabeceava feito um atacante.
Jogar de 10.
Atuou ao lado de vários zagueiros de alto nível. Mas todos ficaram conhecidos como a dupla “Fulano e Edinho”.
Disputou três Copas do Mundo pela Seleção Brasileira. Depois do desmonte da Máquina, liderou o jovem time campeão de 1980 e quase chegou às semifinais do Brasileiro 1982.
Que outro zagueiro você lembra de ter feito três gols num jogo? A Anapolina sofreu nos 6 a 1.
Cheio de personalidade, nunca poupou críticas diante de fanfarronices dos dirigentes. Cobrava com toda justiça.
Um dia, foi para a Europa e prometeu voltar. Cinco anos depois, desembarcou nas Laranjeiras e pediu para treinar. O clube não fez o que devia: uma proposta. A Gávea soube, o zagueiro passou um ano lá e, quando os dirigentes do Flu se mancaram, ele veio de volta para casa ganhando a mesma coisa. Em 1989, um extraterrestre o acusou de se entregar numa goleada diante do Fla. Um merecido soco na cara do desavisado encerrou a relação. Acabou capitão e campeão no Grêmio.
Treinou o Fluminense três vezes, todas com times modestos. Chegou a duas finais de campeonato, garfado em ambas. Na terceira, não aceitou a imposição da contratação de Nonato, então na reserva do Cruzeiro: “Quem é banco lá não pode ser titular aqui”. Pediu o boné.
Os mais jovens acham que Edinho é apenas o comentarista da tevê que critica demais o Fluminense. Uma espiada no Youtube vale a pena para desmistificar bobagens. Nos últimos 40 anos, ninguém aliou tanto talento à garra quanto ele, nem monstros supremos como Romerito ou Conca 2010.
Edinho fez todas as crianças de 1975 a 1982 ficarem loucas pelo Fluminense para sempre. Este cronista faz parte da lista com orgulho. O zagueiro craque de atitude é uma página eterna das Laranjeiras, um dos maiores da nossa história.
Edinho foi um monstro com a camisa tricolor, um dos gigantes. Hoje faz 60 anos. Quem dera tivesse 25 e estivesse em campo.
@pauloandel