O Campeonato Carioca começou, nossas percepções, desejos e ideias já estão na mesa. Mas, pra valer, pra valer mesmo só os testes, as oportunidades e a reapresentação dos jogadores titulares.
Isaac tem se destacado no início do Carioca, o que já era esperado. João Neto começa a botar as asas de fora e pode voar alto. Luan Freitas busca e sonha com a chance de ter continuidade no time principal. Até Gabriel Pires dá notas de que pode se tornar uma bela contratação.
Mas tudo isso serve para que eu recorde o longínquo ano de 1984 quando o Carioca era um torneio marcado por times lendários como Goytacaz, Olaria e América e mostrava para o cenário nacional garotos que viriam a se tornar históricos no futebol brasileiro, a exemplo de Paulo Victor, Aldo e Deley. Isso para ser comedida.
O Fluminense se destacava naquela década mágica dos anos 1980 e seus jogadores davam espetáculos particulares.
Paulo Victor, paraense radicado em Brasília, começou sua carreira no CEUB (quem de Brasília não conhece o CEUB?) e após aparições em outros clubes chamou a atenção do tricolor que, em 1981, contratou-o para uma das posições mais importante do clube. Goleiro célebre, tornou-se o segundo arqueiro que mais defendeu a armadura tricolor, atrás apenas da lenda de nome Castilho. No Carioca de 1984 foi magistral e garantiu o título tricolor daquele ano, mantendo intacta a nossa rede nos jogos decisivos.
Aldo, que carrega no nome o Espírito Santo, amapaense de Macapá, teve no Fluminense sua maior projeção. Hábil, consistente tecnicamente e identificado com o clube, foi peça fundamental daquele Carioca de 1984. Foi dele o passe rápido e certeiro para o voo de cabeça de Assis, que fuzilou o gol de Filliol, dando ao Flu o sonhado bicampeonato sobre os inomináveis.
E Wanderley? Cria da base, foi o maestro tricolor durante a década de 1980 e teve no Fluminense a maior vitrine que poderia almejar na carreira. Até hoje, quando possível, Deley faz o papel de embaixador tricolor enquanto experimenta os louros de Laranjeiras no cenário da política partidária.
E assim são construídas histórias e feitos. O Fluminense, nesse início de 2024 testa, calibra e ajusta. Também assusta, devo confessar. Insistir com jogadores inoperantes como Jesus e González não favorece a nossa fé.
Mas, ainda assim, fortalecer a base e as contratações acertadas nos coloca na direção de conquistas, satisfações e regozijos.
Ainda bem que, em meio a tudo, tem um tempero colombiano que pode deixar o ano mais saboroso. Para completar a mistura, cozinhe com tempero Árias!