Na semana passada dediquei metade de uma coluna para citar minha inveja em relação ao que tinha visto o Atlético/MG fazer contra o Corinthians pela Copa do Brasil.
Depois da nossa atuação na última quarta-feira, essa sensação está suavizada.
Não, não acho que fizemos uma grande atuação. Longe disso. Mas, finalmente, vimos nossos jogadores em campo com um componente básico, o mínimo que exigimos deles: vontade!
Nossos jogadores, até que enfim, mostraram dedicação, espírito de luta, alma.
Mesmo que a vitória não tivesse acontecido, e eu realmente não esperava que ela acontecesse nem antes do jogo e nem durante, minha sensação seria pelo menos de alívio. Claro que a vitória, e ainda no finalzinho, deu um sentimento extra de alma lavada.
Essa atuação de quarta-feira comprova o que a maioria a absoluta da torcida Tricolor sente: apesar de todas as deficiências que têm time e elenco, quando nossos jogadores estão compromissados com a vitória, não é fácil bater nosso time. Certamente, se esse fosse o espírito dos jogadores em todos os jogos do brasileiro, o Fluminense estaria em uma posição muito melhor na tabela. Acho que ninguém duvida disso.
Além do comportamento de todo o time, destaquei alguns pontos positivos do time: começo por Cavalieri. No 1º tempo, principalmente em seu início, nosso goleiro voltou a fazer defesas que lembraram o antigo Cavalieri, aquele que chegou a ser nome certo na Seleção Brasileira.
Outro ponto positivo foi a dupla de zaga. Se Guilherme Mattis evidentemente não é um Ricardo Gomes ou um Thiago Silva, nosso recém-contratado parece ter chegado para pelo menos dar jeito no setor defensivo.
Wagner permanece sendo o destaque do meio de campo e do time. Como tem corrido e se dedicado esse jogador. Conca ontem teve uma atuação melhor do que algumas anteriores. Percebe-se que os períodos de descanso têm feito bem ao nosso craque.
Nos pontos negativos começo pela tal linha burra. Há uma grande diferença entre compactar o time e fazer a tal linha burra. A compactação é um excelente recurso para diminuir espaços e é muito praticado, por exemplo, no futebol espanhol. Mas, para funcionar, precisa que, além de adiantar a última linha defensiva, que todo o time compre a ideia e diminua muito os espaços no meio das linhas. Essa movimentação exige muito treinamento para funcionar.
Temos tomado muitos gols por conta da pretendida compactação estar, na verdade, virando a tal linha burra. No jogo de quarta, com a entrega de todo o time à marcação, conseguimos executá-la com sucesso na maioria das vezes. O problema é que quando essa tentativa falha, o jogador adversário sai na cara do nosso gol. Quarta-feira nós falhamos pouco nessa movimentação, mas ainda houve problema em uma ou duas vezes, o que poderia ter sido fatal. Em uma delas fomos salvos pelo erro do auxiliar ao marcar impedimento.
Se a intenção do técnico é utilizar a compactação durante toda uma partida, é preciso que ele garanta que as falhas não irão ocorrer. A movimentação tem que ocorrer certa em 100% dos casos.
Chiquinho apesar de ter feito o cruzamento do gol me impressiona pela quantidade de passes que consegue errar. Seja no ataque, no cruzamento ou até na defesa, nosso lateral erra demais. Pelo menos é um jogador que não se omite nunca.
Cristóvão continua não me agradando na escalação e nas substituições. Primeiro não concordo com a utilização de dois jogadores lentos na frente. Outro ponto de insatisfação minha se refere à dificuldade que nosso técnico tem em mexer no time. No último jogo só colocou Kenedy aos 35 minutos da etapa final.
Amanhã tem mais jogo. Será que poderemos contar com a dedicação de todos os jogadores? Ou viveremos semana semelhante à dos jogos contra São Paulo e Bahia?
Panorama Tricolor
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Imagem: lancenet.com