Fluminense 1 x 0 Botafogo – mais uma épica vitória tricolor. Mas peraí – você me interrompe – como a vitória pôde ser épica se foi apenas por um gol? Meu amigo – lhe respondo – hoje em dia todas as vitórias tricolores são épicas. Explico: foi um jogo brigado, onde todos os jogadores, inclusive do botinha, brigaram. Vimos jogadas bonitas e jogadas de garra. Vimos Cavalieri subir mais um grau rumo à eternidade.
Nós do Panorama Tricolor / Flu News sempre reclamamos da ausência da torcida no estádio, então faço justiça agora, citando Nelson Rodrigues.
“Nas situações de rotina, um `pó-de-arroz’ pode ficar em casa abanando-se com a Revista do Rádio. Mas quando o Fluminense precisa de número, acontece o suave milagre: os tricolores vivos, doentes e mortos aparecem. Os vivos saem de suas casas, os doentes de suas camas e os mortos de suas tumbas.”
No fla-Flu, os vivos de sempre mostraram sua cara e hoje, no Clássico Vovô, os doentes saíram de suas casas. Pode não ser na próxima e nem na outra rodada, mas em breve os mortos sairão de suas tumbas. Quem esteve no Engenhão cantou, vibrou, calou a cachorrada e saiu com a certeza de que o tetra está cada vez mais próximo. Confesso que está difícil segurar a euforia.
Ao jogo
Logo no comecinho a jogada de velocidade com Carlinhos nos fez crer que o Flu seria esmagador perante o Botafogo. Mas precisamos dar crédito ao Oswaldo de Oliveira, pois ele soube armar o time muito bem contra nós. Colou Jadson no Deco e impediu que o nosso tuga fizesse a diferença. Então os lances mais perigosos foram deles, o que fez com que Cavalieri operasse seus já costumeiros milagres. Nossa única saída durante um bom tempo era com Gum avançando pela direita e lançando Wellington Nem ou Bruno (que mais uma vez, foi o Bruno).
Aos poucos fomos nos adaptando ao esquema alvinegro, equiparando o jogo, até que começamos a nos impor. Aí parecia que o bandeirinha estava com o braço engessado pra cima. Quando voltei pra casa tive que perguntar ao porteiro (tricolor) do meu prédio se todas aquelas jogadas foram ilegais. Confesso que fiquei surpreso ao saber que sim.
No segundo tempo o jogo foi nosso e foi sofrido ver cada jogada se perder no último toque, até que Fred colocou Wellington Nem pra correr até entrar na área, cortar pra dentro e devolver pro capitão tricolor, carrasco do botinha, colocar pra dentro e fazer seu 14º gol no Brasileirão.
Aí o Botafogo veio pra cima e nos deu a chance de matar o jogo em vários contra-ataques. Thiago Neves, que mais uma vez mostrou uma sensível melhora, recebeu um cruzamento perfeito de Marcos Jr, mas não sobre aproveitar na entrada da pequena área. O próprio Marcos Jr, que entrou no lugar do exausto Wellington Nem, mostrou afobação e desperdiçou alguns lances.
Houve um projeto de pressão do time alvinegro, que chora até agora um suposto pênalti, mas prevaleceu o Fluminense com mais três pontos importantíssimos pra continuar à frente do Atlético Mineiro e do Grêmio, que também venceram. A propósito, que goleada do Galo, hein? Mas não importa, se continuarmos vencendo, ninguém chega. Só faltam nove!
Rodrigo César – o Rods
Panorama Tricolor/ FluNews
@PanoramaTri
Imagem: Nelson Perez/ FFC
Contato: Vitor Franklin
Jácome, realmente não posso dizer pra quem viu de fora, mas pra quem foi era nítido o movimento maior. Parece que foram quase 22 mil pagantes. Posso afirmar que ao menos 18 mil eram tricolores. Já é um aumento muito significante.
Vivone, concordo contigo. O Oswaldo foi muito esperto e o garoto não deixou o Deco se mexer. A função do Jadson ficou ainda mais clara pelo fato dele ter saído, logo após a substituição do Deco. Thiago Neves precisa ser o desafogo pra essas situações.
Rods,
Bela fotografia do jogo. Em relação ao Deco, quando o técnico adversário destaca um jogador para marcá-lo individualmente, especialmente no caso de ser um garoto, fica muito difícil para ele jogar, pois ele já não tem mais o arranque de quando era jovem.
Um abraço.
A sensação de quem viu pela TV é de que a torcida poderia ter ido em massa. Não há motivo para não lotar o Engenhão.