Amigos, amigas, futebol é um jogo complicado mesmo. Pois tem umas coisas que são engraçadas.
Assisti a um programa esportivo em que os caras batiam horrores nas finais do Campeonato Paulista, porque os dois jogos foram horrorosos.
Confesso que não vi, mas imagino, principalmente levando em consideração que o Thiago Nunes recuou de suas convicções ofensivas athleticanas para fazer o Corinthians vencer. Não venceu a final, mas conseguiu levá-la para os pênaltis.
Então foram comparar a tal final com o jogo entre Flamengo e Atlético MG, lembrando que ambos foram jogados no último final de semana. É claro que Flamengo e Atlético MG fizeram um jogo muito mais bonito, mas isso, na opinião do Felipe Melo, do Palmeiras, não quer dizer nada, o que eu tendo a quase concordar.
Segundo Felipe Melo, herói do título palmeirense, há um erro na análise, porque o futebol de Palmeiras e Corinthians era muito mais tático. Sendo assim, faltavam espaços e as jogadas de gol não aconteciam.
Pois eis que o mesmo Atlético MG, do Sampaoli, levou dois gols do Corinthians, foi buscar a virada e fez o quarto, incorretamente anulado pelo VAR (novidade!). Mas se era o Corinthians assim tão eficiente taticamente, como levou quatro gols do time de índios de Minas?
Mas o Felipe Melo falou também que aprendeu tática no futebol italiano. O futebol italiano é tetracampeão do mundo, nós temos que respeitar. Não duvido de que um atleta aprenda tática por lá, mas o problema é confundir forma de jogar com ter ou não tática.
Com todo respeito ao atleta, mas é um endosso a uma visão tacanha de futebol, que parte da premissa de que tática é quando você consegue montar uma boa barreira defensiva. É quando você impede o adversário.
Então a gente pega o jogo da noite de ontem e vê a visão do Luxemburgo, que enche o time de volantes marcadores para conseguir uma única oportunidade de gol em todo o primeiro tempo se aproveitando de uma falha na transição adversária.
Do lado do Fluminense, a troca de Yuri por Michael Araújo sugeria uma opção mais ofensiva. Afinal, Michael não é volante e isso destravaria o time, mas aí ele tira o Marcos Paulo, que é o cara que cria as nossas oportunidades de gol e coloca o Fred, que acabou ligando o contragolpe do Palmeiras que resultou no gol.
Com Fred e Nenê, já tínhamos quase cem anos no nosso setor ofensivo e uma ação ofensiva quebrada, porque a bola não chegava nos atacantes, que vinham no meio tentar dar sequência às jogadas.
Quando Fred sentiu a coxa (novidade!), nós não tínhamos incomodado o goleiro adversário. Entrou Marcos Paulo, o time ganhou um pouco de dinamismo e a bola chegou em Evanilson, que marcou um golaço, girando com uma matada no peito e soltando a bomba.
Aliás, alguém pode me explicar por que o Evanilson sempre é substituído no segundo tempo, embora a cada dia que passa jogue mais bola?
Mas é que a gente tem esse problema de treinadores como Luxa e Odair acharem que se um jogador tem qualidade técnica tem que jogar no ataque. Para jogar no meio tem que ser vigoroso, marcador, não precisa saber jogar.
E aí você tem um jogo como o desta quarta, mas o mais engraçado é você ver a quantidade de informações nas substituições do Odair. Entra Wellington, Luis Henrique e Ganso. Saem Yago, Nenê e Evanilson. Alguém entendeu alguma coisa? Porque é muita informação para a gente destrinchar. Talvez o resultado ajudasse, mas ele não vem.
Não vem em forma de vitória nem de performance em campo. O Fluminense praticamente não criou nada o jogo inteiro. E ai só se pode concluir que Odair tem uma visão ultrapassada, que se esvai no decorrer do segundo tempo, mas não dá lugar a nada que se possa considerar lúcido, pois não surte resultado.
Destrava o meio de campo, trava o ataque. Aí a gente continua sem conexão. O Fred ajuda, sente uma dorzinha, entra o Marcos Paulo, que, quando não se distraiu, gastou a bola. Mas aí o técnico tira o Evanilson, que é o goleador.
Eu não sei se vocês conseguem entender onde eu quero chegar com essa conversa, mas podem ter certeza de que eu não consigo entender o que o Odair quer para tentar explicar para vocês.
Talvez seja porque eu nunca dei dois treinos à beira do campo. Eu só dei um, e era uma quadra, o que deve me desqualificar completamente para escrever aqui e dar opinião. Se eu indiquei campeões e rebaixados, contra o senso comum, durante anos, em alguns casos antes de começar o campeonato, deve ser só bruxaria, porque eu não dei treino à beira do campo, diabos!
Mas eu vou continuar tentando, já lembrando que temos um ponto em seis disputados e o próximo adversário é o Inter. Não foi para isso que nós nascemos tricolores.
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Lucas Claro é a prova de que não nos faltam zagueiros. Partidaça!
Saudações Tricolores!
Panorama Tricolor
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