Do pesadelo pernambucano à goleada perdida (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, a história da noite de ontem pode ser contada em dois episódios. O primeiro deles foi o pesadelo pernambucano no Maracanã. O segundo, amargo para nós, tricolores, foi a goleada perdida.

O Fluminense perdeu um gol incrível com 20 segundos de partida. Ao contrário de outras ocasiões, não foi um alarme falso. O Tricolor enfileirou oportunidades, duas das quais convertidas, uma por Gilberto e outra por Luciano, com assistência do próprio Gilberto. Duas belas obras, frutos de jogadas bem trabalhadas.

O Fluminense movimentava-se muito e com inteligência em campo. Fazia a bola girar com rapidez, mas contava também com um sistema de marcação falho do Santa Cruz, que jogava no último terço de campo, porém, mesmo assim, cedia espaços imperdoáveis pelos lados e entre as suas linhas.

O Fluminense se impunha fisicamente, roubando a bola rapidamente e impedindo que o Santa Cruz se articulasse mesmo em seu campo de defesa. O primeiro gol saiu de uma bela roubada de Nino na intermediária defensiva. Grande partida, aliás, desse jovem zagueiro das pernas cumpridas. Não foi a única roubada de bola dele no jogo.

Gilberto fez sua melhor exibição desde o retorno, não só pelo gol e pela assistência, mas pelo conjunto da obra, sobretudo pela necessária presença ofensiva. Ajudou a construir o pesadelo que flagelou a torcida coral, que deve ter comemorado muito o fim do primeiro tempo.

O problema do Santa é que Fernando Diniz queria mais e foi logo tirando um volante para colocar mais um meia de criação. Estava escrito que o Fluminense buscava a goleada. As oportunidades, no entanto, demoraram um pouco a sair. Quem acabou saindo foi Yony Gonzalez, que fazia partida impecável, flutuando em cima da última linha de defesa e encontrando espaços para se infiltrar e receber nas costas dos zagueiros.

A entrada de Pedro foi recebida pelo Maracanã com a euforia que era de se esperar, mas o Fluminense não teve muito tempo de se adaptar a duas mudanças, pois veio a terceira. Ganso, que fazia partida muito correta, dando fluidez ao jogo no meio de campo, sentiu alguma coisa e foi para o vestiário. Em seu lugar, entrou Dodi, o que daria mais liberdade a Léo Artur, que entrara no lugar de Aírton no intervalo.

O problema todo é que a falta de entrosamento acabou pesando e a produção acabou caindo. Ainda assim, o árbitro anulou gol legal de Luciano, que já sofrera pênalti no primeiro tempo. A goleada amargamente perdida teve, também, um dedo do árbitro. Aliás, teve uma mão inteira, uma mão grande.

Era jogo para cinco ou seis, mas vencemos só de dois. Era a possibilidade de ganharmos mais dez dias de treino para os titulares e a oportunidade de testar um time reserva no arruda. Com apenas dois de vantagem, não acredito que Diniz vá se arriscar.

Não que o Santa Cruz meta medo. Não é nem sombra do Santa de outros tempos, que metia medo em qualquer um. Mesmo assim, é bom respeitar, porque do lado de lá tem camisa pesada e um Arruda lotado.

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Não há dúvida de que o caso Everaldo é uma chatice, mas a gente precisa ir colocando os pingos nos “is”, ir dando nome aos bois. O que o Corinthians está praticando é assédio. Atitude típica de um clube que desconhece qualquer noção de ética e conta com a mídia flácida de princípios para passar pano.

Esses empresários do Everaldo são o retrato de uma sociedade desprezível, que desconhece valores como lealdade e ética. Se falamos em lealdade, não precisamos falar em gratidão. Cabe a Everaldo mostrar que há pelo menos uma parte decente nessa história. Ponto final.

Tudo depende, claro, de haver decência nas Laranjeiras, porque já não é de hoje que a facilitação da saída de jogadores para o Corinthians chama atenção. O mínimo que o Fluminense pode fazer é comprar os 50%, fique ou não o Everaldo por aqui. Pelo menos fica como investimento.

Uma sociedade movida pelo dinheiro é uma sociedade naturalmente inclinada à corrupção.

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Surge uma partida com bom apelo para o público e o que faz o Fluminense? Aumenta o ingresso.

Amigas, amigos, será que o clube ainda não percebeu que o torcedor perdeu o hábito de ir ao estádio? Foram anos perambulando pelos caldeirões da Baixada da vida, reforma para lá, reforma para cá, um noticiário implacável, vendedor de mazelas, e, quando chega a hora de atrair o torcedor, a diretoria do Fluminense faz de tudo para afastá-lo?

Tinha que ter colocado o ingresso a R$ 30,00. Vamos chamar o povo de volta para o estádio. Dia 28 é mais uma oportunidade. Coloca o ingresso a R$ 30,00 e vamos buscar um público superior a 30 mil pessoas. Olha o exemplo do São Paulo, que conseguiu levar seu torcedor de volta para o Morumbi fazendo essa política.

No mais, é tentar produzir boas notícias, levantar o astral e seguir em frente, com a cabeça no penta, porque quem pensa em vaguinha em Libertadores não tem o direito de se dizer tricolor.

Todo poder ao Pó-de-Arroz!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#credibilidade

1 Comments

  1. Sou tricolor e realista, não temos elenco para 3 competições de ponta, como Sul Americana, Copa do Brasil e Brasileirão.
    Então nesse cenário, torcer por uma vaga na Libertadores é ser tricolor sim é realista,dentro do quadro atual com salários atrasados e outras situações constrangedoras que a atual diretoria nos apresenta.
    Saudações tricolores!

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