Não tem mais o que se contestar. O Dinizismo já é uma realidade. Podem até dizer que não é tudo isso, que não funciona ou que é invenção da torcida do Fluminense. Fato é que Fernando Diniz passou a ser referência de bom futebol. De aplicação tática e eficiência.
Confesso que custei um pouco a aceitar esse pensamento. Aquelas trocas de passes na frente do Fábio dão sempre muita agonia. Quem nunca gritou a frase “bola pra frente”, acompanhada de um palavrão?
Mas o tal Dinizismo é assim mesmo. Emoção à flor da pele, frio na barriga, irritação, encantamento e êxtase. Chamam o cara de Professor Pardal, pelo poder inventivo e de observação. Tudo muito rápido, chega a ser sinistro. Para o adversário. Durante a partida, fecha os olhos, coça o queixo e grita. Só os renomados e milionários treinadores da NBA fazem isso também. E o saudoso Telê Santana, igualmente. Telê dizia que era para enxergar o desenho tático do jogo sem interferências. Precisamos respeitar o mestre.
Daqui a pouco o Dinizismo vai virar um adjetivo nos dicionários. Quero ver como os linguistas irão defini-lo. Porque não é só estratégia. O Dinizismo é um estilo, uma doutrina (não gosto muito dessa palavra, já que parece coisa imposta). Falo da doutrina do estudo, comportamental. Deve ser o lado psicólogo no nosso treinador. Com sangue nos olhos, grita, xinga, bate de frente. As vezes até demais.
Sua preleção no vestiário é uma aula de autoestima. Não raro o Fluminense voltar para o segundo tempo com mais vontade. Fala olho no olho com cada atleta. Conversa, mas grita pra caramba. O Dinizismo é polêmico porque tem dado certo. Até quando? Ninguém sabe.
E agora temos de compartilhar esse sentimento com o resto do país. Um misto de orgulho e ciúme. E eu como ciumenta nata digo: o Diniz é nosso! Mesmo sabendo da instabilidade da vida de um treinador de futebol. Dane-se o futuro. O Dinizismo é agora. E é tricolor, graças a Deus.