Diniz é um cara curioso. Minha visão sobre ele é antagônica ou, talvez, indefinida.
É psicólogo de formação, mas dá cada reprimenda nos seus comandados que um dos princípios da psicologia vai à bancarrota: o controle emocional.
É estudioso de futebol, isso ninguém nega. Mas insiste demasiadamente em esquemas duvidosos, colocando em cheque a qualidade técnica e a segurança física dos jogadores, enervando 90% da torcida.
É intenso, tanto que chego a crer que é nessa intensidade que ele constrói as poderosas relações interpessoais com suas equipes. Porque, se assim não fosse, ninguém aguentaria tanta histeria à beira do campo.
Diniz é apaixonado e, em muitos aspectos, apaixonante.
Nada no futebol é mais bonito do que um jogo bem jogado. Marcelo, André, Ganso, JK, Árias, Cano são pérolas sob o seu comando.
Possui um trabalho, até onde eu conheço, autoral. Contudo, entretanto e todavia suas ideias carecem de algumas variáveis para que o resultado ocorra.
Precisa de tempo para treinamento, conhecer o grupo, testar à exaustão e conquistar a confiança dos comandados. Coisas que, diga-se de passagem, não terá na Seleção Brasileira, dividindo-se nas funções como está hoje.
Fato é que sou dinizista e torço por ele como poucas vezes torci por um treinador. Talvez só Parreira e Abel me (co)moveram assim.
O trabalho do Diniz é instável, assustador e muitas vezes duvidoso. Mas, por outro lado, corre o risco de deixar legado à nossa e às gerações futuras uma visão além do seu tempo.
Sua trajetória no Flu ainda não acabou, tampouco sei onde chegará, mas nos pouco mais de 24 meses, entre a primeira e a segunda passagens no comando tricolor, Diniz já fez uma história graúda e com H maiúsculo.
Nada, absolutamente nada, é maior do que o Fluminense Futebol Clube, mas seu nome se faz, principalmente, pelas pessoas que escrevem a sua história.
Diniz está na galeria. Valeu, criatura!
Somos e seremos!