Amigos, amigas, o Fluminense tem tudo para se tornar uma força competitiva no futebol brasileiro em 2019. Não se trata de uma visão otimista, mas do produto da análise das capacidades de nosso elenco e do fator Diniz.
Não se trata de mudar o modelo de jogo, mas de aprimorá-lo. Isso passa, necessariamente, pelo meio de campo. É nítido que o ponto fraco do modelo de jogo proposto por Diniz é a falta de capacidade de dar agilidade à transição ofensiva. No meu entendimento, para corrigir esse problema, precisamos povoar o meio de campo com jogadores capazes de acelerar essa transição.
Vamos recorrer a um exemplo para ilustrarmos melhor o que eu estou dizendo. No jogo de ontem, buscamos a transição pelos lados do campo o tempo todo. Allan e Bruno Silva recuavam para as proximidades da área e o Fluminense tentava sair pelos lados com os zagueiros. Não funcionou. Apesar de Matheus Ferraz e Nino serem dotados de boas características de passe, não cabem bem no papel de laterais. O técnico do Luverdense percebeu isso e vi diversas vezes seus atacantes avançarem para cortar a possibilidade de passes para trás. Com isso, nossos zagueiros tinham que avançar e enfrentar uma marcação quase tripla. Acabavam se atrapalhando.
Já temos a experiência de ver os zagueiros fazendo a saída pelos lados, com um volante afundado entre eles e outro jogando à frente dessa linha. Acho plenamente aceitável, mas precisamos de dois meias de criação fazendo o vai e vem entre a linha de defesa e o ataque. Da mesma forma, espero que atuem os laterais.
Vamos melhorar um pouco essa análise. Everaldo, ao que tudo indica, está de saída. Ao mesmo tempo, Léo Artur está chegando. Temos, ainda, o Daniel e mais um meia que deve ser anunciado nos próximos dias. Isso indica que Diniz optará, mais cedo ou mais tarde, por uma linha de quatro homens atuando por trás dos dois atacantes. Seriam esses homens os dois laterais e dois meias de criação, talvez Ganso e Léo Artur.
Para quem possa achar que o Fluminense perderia capacidade ofensiva, a minha visão é o oposto disso. Vejo Ganso atuando mais próximo aos atacantes, perto da zona de decisão do campo. Vejo os dois laterais com muita liberdade para atacar pelos lados do campo. Vejo dois atacantes com liberdade de movimentação, prendendo a última linha de defesa adversária. Acredito que passaremos a criar mais oportunidades de gol, sem perder a consistência defensiva.
Uma peça que me preocupava bastante teve ótima atuação na noite de ontem. Trata-se do volante Allan. Vejo o Fluminense com um excelente naipe de volantes. Além de Aírton, Bruno Silva, Allan e Caio Henrique, temos o próprio Daniel, Luis Fernando, Zé Ricardo e Dodi. Daniel pode atuar também na linha média ofensiva, voltando um pouco mais para fazer a saída de jogo.
É possível que, com a fartura de bons volantes, Caio Henrique acabe se fixando mesmo pelo lado esquerdo. Não é ruim, pois passaríamos a ter dois laterais com capacidade de articulação de jogo, embora Mascarenhas também tenha essa característica.
Em resumo, a perda de Everaldo poderá se transformar numa guinada positiva para o modelo de jogo de Diniz. Além disso, teremos o retorno de Pedro. Sim, o Pedro pode ser vendido na janela europeia. É um risco real e até iminente. Mesmo assim, temos Yony, Luciano, João Pedro e Marcos Paulo. São os que melhor se encaixam nesse modelo de dois atacantes.
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Eu juro que tentei entender o modelo de negócio da parceria Fla-Flu pelo Maracanã, mas a gente sempre fica com a impressão de que há muitos detalhes a serem revelados. A começar pelo fato do Fluminense ainda não ter as tais CNDs. Isso não nos foi revelado, tampouco que o clube já trabalhava para regularizar a situação. O que acontece, efetivamente, é que sem as CNDs, que atestam que o clube está em dia com suas obrigações tributárias com o poder público, não é permitido fazer negócios com o Estado, o que inviabilizaria a parceria pelo Maracanã nos moldes como nos foi revelado.
Esse é um dado que ajuda a revelar a transparência que marca todo esse processo, que é uma peculiaridade da atual gestão do Fluminense. Sempre pode haver uma surpresa. O presidente do Vasco dispara seus dardos envenenados contra a parceria e sugere que o Fluminense será subordinado ao Flamengo e que não haverá a propalada relação isonômica. No dia seguinte, a Flapress, que não aprecia a ideia de ver o Fluminense em igualdade com o Flamengo na tal parceria, cria um comunicado do governo ao Flamengo dizendo que o Fluminense não pode assinar o contrato com o estado do Rio de Janeiro e que o Fluminense teria que assinar contrato com o Flamengo. A razão seriam as CNDs e a análise do balanço do Fluminense, que sequer foi publicado. Haja engenharia e criatividade. O Fluminense desmente tudo e diz que está obtendo as CNDs. Por que diabos essas questões não foram avaliadas durante o processo de escolha da proposta para a gestão do Maracanã?
Então, fica difícil opinar sobre algo em que a transparência é inexistente, em que, aparentemente, há uma manobra de bastidores para deixar o Fluminense de fora. Na noite de ontem, o Conselho Deliberativo do Flamengo aprovou a assinatura do contrato entre o Flamengo e o governo do estado. E o Conselho Deliberativo do Fluminense? Também não tem que aprovar? A Flapress segue afirmando que o Flamengo assina o contrato na sexta-feira no Palácio Guanabara. E o Fluminense?
Para terminar a anedota, o acordo com o Fluminense só será analisado pelo Conselho do Flamengo em data desconhecida. Ora, e se o Conselho do Flamengo não aprovar a parceria, com o Flamengo e o estado já comprometidos com um contrato?
Saudações Tricolores!
Panorama Tricolor
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