O bom de você escrever aqui no PANORAMA é não ter que concordar com todo mundo e nem ser obrigado a bajular ninguém.
Nessa toada, eu posso deixar aqui minha opinião sobre o confronto da Libertadores entre Flu e Inter, sem me preocupar em agradar ninguém.
Vamos começar pela escalação inicial que tem gerado debates acalorados.
Quase todos dizem que Fernando Diniz errou na escalação inicial. Porém eu digo que não e explico.
Diniz optou pelo que ele entende ser o que há de melhor no seu elenco. E gostando ou não de uma ou outra peça, ele tem acertado na maioria das vezes. Como ocorreu por exemplo, na efetivação de John Kennedy como titular.
Evidente que nem todos os dias, o planejado por ele dará certo. Haverá um dia em que o adversário vai se sair melhor.
Portanto, o erro não está na escalação de Diniz, mas sim no planejamento do clube.
Foi o Fluminense que contratou Felipe Melo, jogador brioso e com uma evidente liderança dentro do grupo, porém, sem a condição ideal para jogar 90 minutos como titular da zaga.
Felipe Melo acabou virando titular porque simplesmente quase todos os nossos zagueiros ficaram fora de combate. Uns por entrarem em uma espiral eterna de contusões, outro por se envolver em apostas ilícitas.
Durante a janela de contratações, o Flu optou por apenas um zagueiro: o extravagante Marlon. E este consegue ser ainda pior que o próprio “pitbull”.
Lento, fora de ritmo e sempre disposto a usar o cotovelo nas costas dos adversários em jogadas aéreas.
Não vou aqui fazer como a maioria dos que odeiam Felipe Melo, tentando provar que Marlon está em melhor fase porque jogou em algum clube qualquer da Itália.
Minha antipatia a Felipe Melo não é maior que a realidade.
Sobre Marcelo, eu talvez seja o único tricolor que defendeu a permanência de Diogo Barbosa na lateral.
Diferentemente da situação de Ruf-Ruf, Marcelo carrega minha simpatia, porém está na mesma condição física de não jogar 90 minutos.
Inversamente, enquanto Melo não tem um substituto à altura, por opções grotescas do Fluminense e inclusive em relação à base, Marcelo tem um substituto que está muito mais regular em campo.
Novamente, não fiquei nem um pouco feliz com a vinda do lateral Diogo Barbosa para o Flu, mas ele demonstrou muito mais em campo do que eu esperava.
No meio campo, Ganso era a unanimidade geral, a ponto de ser chamado de gênio, jogador que decide com um toque na bola e outras coisas elogiosas. Não havia nenhum motivo para Diniz não confiar nele. Nem mesmo a presença de Leo e Lima no elenco, pois estes vêm produzindo bem pouco.
Leo inclusive de concreto só teve uma estreia espetacularizada, mas que não resultou em nada e um gol espírita contra o Cruzeiro.
Alexsander e Martinelli são bons jogadores, mas não jogam na mesma posição. E não são heróis.
Resumindo, Diniz não é o gênio que pensa que é. Isso já ficou claro. Não foi ele quem levou o Flu até a semifinal. Foi John Kennedy, que entrou no time muito mais por pressão da torcida do que por vontade de Diniz.
Mas o treinador não errou escandalosamente como estão dizendo, até porque o Fluminense oferece a ele esse material humano que está aí, e que todo tricolor grita a plenos pulmões que é o melhor time da América.
Por fim, o Flu não joga sozinho. Joga contra um adversário, o Inter que, nesse caso, entregou muito dentro de suas limitações.
Que tudo isso fique de lição para Diniz, para nós torcedores e, quem sabe, para certos dirigentes que se travestem de deuses e os influencers que se fazem de seus profetas.