Diniz: a ousadia é alegria (por Felipe Fleury)

A ousadia é alegria. Muito embora esquemas defensivos possam ser eficientes, nada há que se compare a ver-se o futebol jogado para frente, em direção ao gol adversário. É essa filosofia que Diniz tem implementado no Fluminense, desde sua chegada, adequada ao seu estilo de jogo, que procura evitar uma saída de bola irresponsável, ou seja, os chutões ou passes longos sem direção.

A saída qualificada da defesa, quase sempre atraindo o adversário para cima de si, abre brechas no campo oposto e, daí, surgem as oportunidades de gol.

Esse estilo de Diniz também tem outra marca, a perseverança. O Tricolor é uma equipe que não desiste de alcançar seu objetivo e, a maior prova disso, ocorreu na última partida contra o Flamengo, quando, nos acréscimos, a disciplina e a atenção – que duraram os noventa minutos – permitiram uma roubada de bola que nos deu o gol da vitória.

Os jogadores têm revelado que os treinos são muitos e extenuantes, o que se justifica em razão de um esquema de jogo bem mais complexo – e eficiente – do que o que se vê por aí, na média. É preciso muito treino para por em ação a filosofia de um treinador que foge à mesmice, esta justamente derrotada na última quinta-feira, quando vestiu a camisa rubro-negra.

Ainda assim, mesmo diante dessa desgastante rotina de treinos, não parece que algum atleta tenha demonstrado qualquer ar de insatisfação. Pelo contrário. A cena da comemoração do gol contra o Flamengo diz muito sobre a unidade da equipe e o comando, às vezes duro, mas extremamente profissional de Fernando Diniz.

Daqui a dois meses tudo pode dar errado. Não dá para prever o futuro, mas é preciso acreditar e valorizar o futebol que se joga para vencer. A ousadia é alegria e também é beleza. O futebol brasileiro precisa disso, precisa trocar a vetusta e mofada camisa por uma nova, e reacender uma chama apagada há muitos anos atrás.

Domingo, espera-se que Fernando Diniz e seus comandados, sempre com muita humildade, superem o Vasco e a sina atrelada a esse confronto. Se a vitória vier, deve ser comemorada com muito mais gosto, porque será mais um passo dado em direção ao sucesso da estratégia de um treinador, que merece fazer história no Fluminense e no futebol brasileiro.

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A questão é simples, ou deveria ser. O Fluminense tem contrato em vigor com a concessionária que administra o Maracanã, que lhe assegura:
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(…) Nas Partidas Oficiais, contra quaisquer outros dos Principais Clubes do Rio de Janeiro, a torcida do FLUMINENSE acessará e se posicionará no setor Sul do Estádio (lado UERJ), em sua integralidade, através das entradas, acessos e rampas correspondentes e disponíveis para esse setor (…)
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Com as seguintes ressalvas:
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(…) salvo haja ordem expressa em sentido contrário por parte de: (i) Órgãos Públicos especificamente por questões de segurança; (ii) salvo acordo expresso entre o FLUMINENSE e a equipe visitante; e (iii) nos casos em que o FLUMINENSE for visitante, a CONCESSIONÁRIA poderá, para fins comerciais, mediar acordo entre o FLUMINENSE e o clube mandante, resguardados os direitos do FLUMINENSE previstos neste contrato”.
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Ou seja, ser o mandante da partida não autoriza o Vasco, automaticamente, a posicionar sua torcida no setor Sul. Assim, somente o Fluminense, por acordo mediado pela Concessionária, poderia abrir mão de seu direito garantido contratualmente e permitir o acesso da torcida vascaína pelo setor Sul do estádio. É o que está no contrato, mais límpido, impossível.
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Portanto, o que se tem é um complô Vasco-Concessionária-FERJ para alterar as regras contratuais vigentes, em detrimento do legítimo direito do Fluminense. Para tanto, o C.R. Vasco da Gama, descumpriu flagrantemente decisão judicial do juiz da 37ª. Vara Cível, que garantiu o direito da torcida Tricolor de acessar o Maracanã pelo setor Sul, posicionando-se nas arquibancadas à direita das cabines de rádio e TV, e iniciou as vendas de ingressos para seus torcedores no mesmo setor.
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A ação temerária, irresponsável e de má-fé, que descumpriu a referida decisão judicial, obrigou o Fluminense a buscar novamente o Judiciário, obtendo liminar da 2ª. Instância para que a partida fosse realizada com seus portões fechados. A desembargadora Lúcia Helena do Passo, diante do imbróglio criado, não teve outra alternativa, senão impedir o acesso do público, uma vez que milhares de ingressos já haviam sido comercializados pelo Vasco no Setor Sul do Maracanã. Essa decisão, se não é a melhor, é a mais sensata, frente ao acirramento das relações entre Fluminense e Vasco, que poderia resultar em conflitos graves no entorno do estádio.
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Desde que me conheço por gente, decisão judicial não se discute, se cumpre. Não aceitem a falácia de que o Fluminense é culpado por esta situação insólita. O Fluminense e seu torcedor são as únicas vítimas de um conluio nefasto entre o C.R. Vasco da Gama, a Federação com quem mantém vínculos escusos, e o interesse abjeto (lucro) da Concessionária.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @FFleury

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