Os novos desafios do Fluminense (por Roberto Rutigliano)

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O clima não é bom para a prática do futebol: pandemia, mortes e riscos. Mas a ganância manda no mundo e o futebol é um esporte milionário que não pode parar, pelo menos na cabeça de quem pensa no dinheiro como prioridade.

Fora este ponto, ontem o Fluminense teve sua estreia na volta do campeonato carioca de forma desastrosa. Falhou na parte física, tática, técnica e no planejamento geral foi um horror.

Na parte física porque os jogadores não conseguem correr. Isso ocorre porque vários têm idade avançada e porque a volta aos treinos foi recente. Tem justificativas para tudo; agora, é verdade que os jogadores do Volta Redonda pareciam voar comparados aos do Tricolor. Assim, o primeiro gol, fora a falha grosseira do Muriel, foi um contrataque veloz; a expulsão do Egídio o mesmo, ele ficou pra trás e tentou se recompor derrubando o jogador com uma tesoura na altura do tórax.

Na parte tática Odair Helmann inventou ao colocar três centroavantes em campo: Fred, Evanilson e Marcos Paulo. Normalmente você coloca um centroavante de área, que seria o Fred; outro pelos lados, que poderia ser Wellington Silva ou Pacheco, mais um meia ofensivo que seria Nenê, Ganso ou Daniel. Dessa forma o time ficaria mais equilibrado.

A parte ofensiva ficaria com Daniel recuado, Wellington pelas pontas e Fred, Marcos Paulo ou Evanilson centralizados. Muito melhor não é?

A defesa também errou feio na parte de entrosamento. Quando Nino e Ferraz avançam, quem fica cuidando da zaga não sabe se posicionar.

Em relação às trocas que Hellmannn fez, ele deixou o time igual a um bando em campo. Tirou Marcos Paulo para recompor a saída de Egídio, quando deveria tirar Evanilson ou mesmo o Fred. Depois mexeu o meio campo e colocou novos atacantes que, sem entrosamento nenhum, tentaram individualmente fazer alguma coisa. Emfim, um desastre. Quando começou o campeonato eu falei que Hellmann sairia no meio do ano. Se as coisas seguirem desse jeito, ele não tem mais espaço no clube.

Ele, Odair, mostrando sua total falta de percepção, ainda fez a seguinte declaração para O Globo: diz que lamenta a falha no primeiro gol e a expulsão de Egídio: “Saiu tudo como tínhamos planejado”. Apesar da derrota por 3 a 0 para o Volta Redonda, treinador vê aspectos positivos e garante evolução para a próxima rodada: “Tenho certeza que vamos melhorar”.

Na parte técnica o time perdeu habilidade, toque de bola, mobilidade, enfim, como um todo voltou pior. Muriel e Egídio são os pontos mais claros desta queda. Ontem ficou escancarada a falta que faz o Nenê no planejamento.

O time não tem um suplente para Egídio, Orinho não dá. Não tem no Gilberto um bom lateral, ele é muito irregular, o meio campo não se encaixa e Ganso realmente não tem condições de jogar mais profissionalmente. Ele pode ter relampejos de qualidade , mas sua lentidão é fatal.

A direção do Fluminense tem responsabilidade em tudo isto; ela teria que ver que tem essas carências no elenco e enxergar que tem 400 jogadores ofensivos: Pacheco, Caio Paulista, Evanilson, Wellinton, Marcos Paulo, Daniel, Araujo e Nenê, para que quer ao Fred? Vende camisa? Ele pode ser útil como liderança? Fred pode puxar o projeto sócio torcedor? Ok, mas a vida não é marketing, ela é muito mais rigorosa que uma campanha publicitária.

Temos que voltar atrás e ver onde erramos para tentar reencontrar o caminho que nos tire do labirinto onde nos encontramos.

Vivemos uma crise de direção, de elenco, de técnico e ainda não recuperamos a parte física. Desse jeito, o que podemos esperar?

Panorama Tricolor

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