Que derrota é normal para o Fluminense? (por Aloisio Senra)

Tricolores de sangue grená, ser tricolor é um exercício de persistência. Não é para os fracos que viram a casaca no primeiro revés mais duro e adotam o time da moda porque não sabem lidar com frustrações na vida, mas sim para obstinados, teimosos, insistentes e maníacos. E acho que esse é o problema atual dessa galera que comanda o Fluminense: são tricolores demais. Pois vejam… Mário Bittencourt insiste com Paulo Angioni, que insiste com Odair, que insiste com Muriel (em que pesem as boas defesas contra o Palmeiras), Julião, Hudson, Ganso, Caio Paulista e Felippe Cardoso, insiste em fazer as substituições erradas, em escalar os jogadores errados nas posições erradas, que insiste em preterir Lucca, Luiz Henrique, Miguel, Calegari, Marcos Felipe, qualquer outro lateral da base, Mateus Pato do sub-23, entre outros. Os jogadores citados anteriormente, por conseguinte, insistem em nos deixar absolutamente putos com suas atuações medíocres e patéticas. Mas está tudo bem! É tudo parte do planejamento.

Mário sempre disse que ele acredita na continuidade do trabalho. No início do ano, a continuidade do trabalho nos eliminou da Copa Sul-Americana na primeira fase. Era recente, vamos dar um desconto. Mais tarde, já em setembro, a continuidade do trabalho nos eliminou de forma vexatória da Copa do Brasil. Mas tudo bem, foi um jogo atípico e, a partir dele, o Fluminense só subiu na tabela do Brasileiro, já que era a única competição que ainda disputava e disputa. Ah, teve uns tropecinhos, mas é por conta do desgaste(?) da maratona de jogos. Jogar quarta e domingo em sequência não deve ser fácil. Mesmo assim, Odair levou o Flu ao G4 no primeiro turno! E agora sim, teríamos onze semanas cheias ininterruptas para Odair trabalhar o time, treinar quem precisa treinar e o que precisa treinar, recuperar os atletas, e tudo mais. O Flu virá com tudo no segundo turno, devido ao excelente trabalho de Odair, correto? Só que não, né gente. Não tá no planejamento ganhar dos grandes. Desfalques? Pff. Não importa. Temos que focar nos pequenos.

Por exemplo, o Inter do Abelão, que vamos enfrentar no próximo domingo, vem de duas derrotas. Mas é o Abel, né? Claramente deve estar no script mais uma derrota fora de casa, no Beira-Rio, já que é considerado “normal”. Além do mais, do que estamos reclamando, caralho? Oitavo lugar pra quem pensou que ia ser décimo é um bônus! Vocês são uns pacóvios que reclamam de barriga cheia, porra! Renova, Odair, até 2022! Renove logo, sim, para que o seu trabalho possa ser desenvolvido por mais dois longos anos. Mais dois anos de bizarrices, escalações equivocadas, substituições tétricas, desmonte do time no segundo tempo, poder de reação zero, culpa assumida que não resolve nada… sim, gente, dois anos como figurante, como nosso CEO tanto deseja! Afinal, tem uma grana reservada pra caso estejamos prestes a cair, não pra ser usada para reforçar o time visando o título, já que ele provavelmente concorda com a mídia mulambenta: somos os intrusos da festa. Duvidam? Então tá.

O jogo contra o Grêmio já aconteceu há uma semana, então vou me abster de comentar sobre ele, porque o foco aqui é a sacanagem obscena e pornográfica (pleonasmos absolutamente necessários) ocorrida na partida deste sábado contra o Palmeiras. Tanto no gol anulado do Fluminense, com a “linha mandrake” do VAR, quanto no gol validado do Palmeiras que deveria ser anulado porque um dos jogadores que deixa a bola passar por baixo de suas pernas e participa do lance está impedido, houve claro favorecimento à paulistada, que não pode deixar de brigar pelo que quer que seja, né, CBF? Mas não é só isso! Busquem e ouçam o áudio da conversa dos árbitros no pênalti que inventaram para o Palmeiras. É nauseante o bagulho. Leandro Vuaden não deveria apitar jogos do Fluminense há muito tempo já, mas sábado foi o estopim. Todavia, a diretoria provavelmente não fará nada. Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem. Foi uma derrota “normal”, então pode.

Aliás, a defesa nas redes sociais já começou. Ainda temos várias marionetes cujo encanto ainda não foi quebrado. Odair pode fazer merda contra o Grêmio? Pode! É time grande, normal perder em casa, não tem mais fator casa, é campo neutro. Odair pode fazer merda contra o Palmeiras? Pode! É time grande, jogando fora de casa, é sempre difícil, e ainda teve a arbitragem. E vamos seguindo o trabalho, adotando com normalidade Felippe Cardoso e Caio Paulista titulares ou primeiras opções, Julião amigão de geral intocável, Hudson modelo mantido em campo pela raça, Michel Araújo jogando porra nenhuma, mas “habla”… se perder pro Inter também não vai ser nada demais. Afinal, a obrigação é ganhar do Bragantino. Nosso campeonato é esse, não é, moçada? PUTA QUE PARIU! Não é à toa que o Fluminense se apequena. Vamos acordar, galera! Fluminense toma um gol e morre. Fluminense vai pro segundo tempo e morre. E aí o presidente aparece pra fazer corporativismo. Odair está mantido. Não fode, Mário.

Curtas:

– Fora, Odair.

– Fora, Mário Bittencourt.

– Fora, Paulo Angioni.

– Se é pra jogar esse futebol de merda, efetivem o Marcão e busquem um técnico de verdade ano que vem pra pararmos de passar vergonha!

– Mantenham-se associados ao Fluminense. Só assim o faremos mais forte no futuro.

– Palpites: depende. Se o Fluminense sair na frente com o sprint corriqueiro do primeiro tempo, Internacional 0 x 1 Fluminense. Se o Inter sair na frente, pode dar qualquer coisa. É Abel versus Odair, amigos. É uma batalha de mil dias.

Panorama Tricolor

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