De olho na bola e na urna (por Flavio Souza)

Finalmente pudemos assistir a uma razoável partida do Fluminense e à nossa primeira vitória da temporada. Começamos a partida ocupando a penúltima posição da tabela do Campeonato Carioca e precisávamos vencer de qualquer forma a simpática Portuguesa da Ilha. Também foi muito positivo assistir o Cano fazer dois gols pela primeira vez em mais de 400 dias. Seria muito positivo tê-lo novamente jogando em alta performance, mesmo um ano mais velho.

O que causa um pouco de preocupação é que novamente em 2025 o elenco titular teve sua estréia antecipada, colocando em risco a conclusão da pré temporada e consequentemente a boa preparação dos atletas para uma longa e pesada temporada. Não podemos nos esquecer que no final de 2024 o presidente do clube deu uma entrevista coletiva responsabilizando o técnico Diniz por ter antecipado o retorno do time titular, e por ter causado má performance física dos atletas na temporada.

O que teria mudado desta vez?

Estamos colocando em risco nossa temporada apenas para salvar o Campeonato Carioca?

Discordo dos muitos que responsabilizaram apenas o técnico Marcão pela má performance nas três primeiras rodadas do campeonato. Em 2024 Marcão teve a sua disposição um elenco fixo, oportunidade de entrosar e arrumar o time ao longo das primeiras partidas e, quando o time titular foi estrear, o Fluminense já era o líder do campeonato. Já agora em 2025 jogadores do elenco principal foram sendo estranhamente inseridos nas escalações e isto prejudicou definitivamente a repetição do time para ganhar entrosamento.

Qual a razão de precipitar a entrada desses jogadores no meio do time que o Marcão dirigia?

Realmente espero, assim como toda a torcida tricolor, que tenhamos uma melhor temporada e que voltemos a disputar títulos importantes. Mas a nossa diretoria precisa não atrapalhar, principalmente repetindo erros da temporada passada.

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André Horta é pré candidato declarado à presidência do Fluminense nas próximas eleições. Por qual razão tanto imprensa como “influencers” fazem questão de ignorar solenemente este fato? Seria para não causar descontentamento do atual presidente e perder algumas vantagens? Não é nada saudável para a democracia tricolor e para o debate público esconder essa informação.

André é muito preparado, conhece o Fluminense e tem totais condições de, seguindo a tradição de seu pai, o Presidente Eterno, fazer uma excelente administração. É preciso apresentar seu nome para a comunidade tricolor e deixar que ela decida.

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Até quando a imprensa segmentada vai poupar o atual presidente de cobranças sobre as suas promessas de campanha? Revitalização da sede, modernização do estatuto e voto on-line. Nenhuma dessas promessas foi cumprida e a imprensa, que deveria cobrar, faz cara de paisagem e parece ter muito medo de emparedar o presidente com perguntas difíceis.

Que imprensa é essa que precisa ser amiguinha de presidente de clube?

Que falta fazem os grandes jornalistas do passado que não tinham papas na língua e perguntavam coisas relevantes em entrevistas, e não apenas o que deixa o gestor confortável e seguro para responder. Infelizmente o que temos hoje nas entrevistas são jovens, que não têm a segurança necessária ou que veem risco na continuidade do seu trabalho se desagradarem o capo.

É preciso ir além do campo e bola e discutir o Fluminense profundo.

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