Se tem uma coisa que a Libertadores ensina é que qualquer coisa pode acontecer. Não vou abordar as condições dos estádios sul-americanos e nem falar da tendência da arbitragem em prejudicar as equipes brasileiras. Afinal, já falei disso semanas atrás no texto “Isso é Libertadores”. Quero falar nas reviravoltas, nos favoritismos não concretizados, nas lógicas quebradas, nas viradas fantásticas e nos feitos inéditos.
“Palmeiras não passa da primeira fase”
Passou e passou com antecipação. Quem diria? Depois conseguiu um excelente zero a zero com o Tijuana com uma atuação memorável do goleiro Bruno, substituindo Fernando Prass. Todos que viraram a cara para o Palestra Itália passaram e sorrir para ele. Eis que no jogo da volta, o herói do outro dia se torna vilão. A esperada classificação não acontece e os mexicanos seguem em frente.
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“Fluminense e Grêmio se classificam tranquilamente no grupo 8”
Todos concordavam até que começou um festival de vitórias dos visitantes. Times empatados e saldo de gols desempatando. No fim, com folga e, por coincidência com um péssimo saldo, o Flu se classifica em primeiro e o Grêmio só arranca o segundo lugar com muita luta durante e após o jogo.
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“O Galo brincou com um gigante a agora pode pagar caro”
Declarações à parte, a verdade é que o Atlético Mineiro deixou o São Paulo se classificar para a segunda fase. Aí toda a imprensa, principalmente a paulista, claro, vociferou que esse poderia ter sido o maior erro da história mineira. Chegou até a parecer verdade, até que o experiente e rodadíssimo Lúcio mudou tudo em um lance. Depois, no jogo da volta, aí sim o Galo brincou, jogou pra cima, humilhou, fez “bullying” com Rogério Ceni e amigos.
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“Time do Boca Jrs. é horrível e se arrasta no campeonato argentino.”
Verdade. Mas existe uma relação especial entre o Boca e a Libertadores. Seja por superação, por garra, por catimba ou até pela arbitragem, o time de Buenos Aires sempre chega. Aliás, o Corinthians era franco favorito no último confronto e mesmo sendo prejudicado por juiz e bandeirinhas, viu um Boca dominando as ações e muito bem preparado por Carlos Bianchi. A turma do Riquelme agora enfrenta o Newell’s Old Boys, que por sua vez desclassificou nosso amigo Vélez, em clássico caseiro. Mais uma vez não são favoritos, mas…
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“Os seis brasileiros são favoritos e a Libertadores pode virar uma Copa do Brasil”
Até o novo presidente da Conmebol acreditou nisso, tanto é que quer voltar a fazer a Libertadores com apenas dois representantes de cada país. São Paulo caiu para o Atlético, Palmeiras caiu para o Tijuana, Corinthians caiu para o Boca e o Grêmio caiu para o Santa Fé. Dos seis, ficaram dois, por coincidência ou não, campeão e vice do último brasileiro. Pelo regulamento, caso passem pelas quartas, terão que se enfrentas na semifinal. Ou seja, nada de final brasileira e muito menos de Copa do Brasil.
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Sobre o possível confronto entre Fluminense x Atlético Mineiro, sei que os atleticanos mais raivosos torcerão para acontecer. Já os mais sãos torcerão para não acontecer, pois sabem que por mais que joguem bonito, não assustam a gente. Muito pelo contrário.
Na próxima quarta-feira enfrentaremos os paraguaios do Olímpia em São Januário. Jogo duríssimo, podem ter certeza. Mas antes disso, gostaria de compartilhar com vocês duas frases que eu considero marcantes, vindas de outras Libertadores:
Marrenta, mas verdadeira
– “A Libertadores só começa na próxima fase.” – Riquelme falando a verdade, apesar de parecer recalque, após vencermos o Boca na Bombonera ano passado.
Divertida daqui até a eternidade
– “Gol do Emelec?” – Leonardo Moura, sem saber onde enfiar a cara enquanto o time inteiro do flamengo ainda pulava, gritava e comemorava a classificação em 2012.
ST!
Nos acréscimos:
– Excelente iniciativa do Fluminense em se aproximar da Conmebol. Não é fazer conchavo, mas sim estar presente e garantir que não sejamos prejudicados.
Rodrigo César, o Rods
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @Rods_C
Foto: divulgação oficial