Dizer que o ano do Tricolor não foi bom ficou repetitivo. Nenhum torcedor, em sã consciência vai dizer que gostou do desempenho do time. Mesmo aqueles que fazem parte da gestão admitem, ainda que timidamente, que houve muitos erros. Já passou da hora de virar esta página. Como diz a canção, “Pra frente é que se anda”.
As críticas em relação ao Fluminense recaem pesado na atual gestão e muitas vezes remetem a um passado de glórias vividos pelo clube. A reclamação é justa e, sim, tivemos um período recente bastante promissor se considerarmos os anos compreendidos entre 2007 e 2012. Foi um momento sensacional para a torcida, comemorei cada vitória, tivemos grandes times, dava prazer ir aos jogos. Agora, sejamos sinceros… gestão? Há muito tempo que já não temos.
Podemos citar a ousadia do Dr. Francisco Horta no início da longínqua década de 1970 e a sua estratégia na época de que bons times levariam a estádios cheios e, por conseguinte, entrada de divisas para o clube, raciocínio este que extrapolou a administração do Fluminense e seguiu para os outros clubes cariocas. Uma década à frente, as boas gestões dos presidentes Sylvio Kelly e Manoel Schwartz. Depois de alguns anos não muito bons, o período que realmente ficou marcado para as gerações mais recentes foi o do patrocínio da Unimed.
Sem dúvidas, a chegada da então patrocinadora foi fundamental para o renascimento tricolor e tenho a maior gratidão pelo o que Celso Barros fez pelo Fluminense. Mas durante este período, não houve gestão de fato. O que houve foi um grande aporte financeiro que era revertido na compra de jogadores consagrados, às vezes dando certo, às vezes nem tanto. Tivemos um ano com Ramon, Roger, Edmundo e Romário: Não ganhamos nada.
Não há problema em si com este tipo de parceria, mas o Fluminense se acomodou. A gestão de futebol era praticamente delegada para Celso Barros, que passou a ter mais poder que os próprios presidentes, sendo às vezes, confundido como tal. Durante este período, não se buscou diminuir suas dívidas, montar uma boa estrutura de futebol. As coisas vão muito bem até que a parceira começa a enfraquecer e, de repente, termina. E esta é a nossa realidade desde 2014.
Não adianta lamentar pela saída da tão amada patrocinadora. É preciso aprender a fazer gestão de forma independente e autossustentável. Não está sendo fácil. Aconteceram alguns avanços, como a maior participação na torcida na vida política do clube através do voto. Também temos dificuldades, a principal delas o ranço associado aos gastos com altos salários de jogadores, algo que nos afeta até os dias de hoje.
Apesar das dificuldades e de algumas previsões catastróficas em relação ao futuro do Fluminense, acredito que temos condições de avançar enquanto gestão, tornado o Fluminense um clube competitivo e protagonista dos campeonatos que vier a disputar. É necessário que a gestão faça uma autocrítica em relação aos erros cometidos. Não se pode ficar parado admirando a paisagem achando que já chegou ao local desejado. Ainda existe um longo caminho a ser percorrido. Temos pressa.
O próximo ano ainda será muito difícil. Para passar por ele sem as crises que nos afligiram em 2017, precisaremos fazer uma gestão mais profissional. Alguns passos parecem ser dados. Reformulação no departamento de futebol e a permanência do Abel. Falta montar um time mais experiente e equilibrado para serenar os ânimos dos insatisfeitos e tranquilizar os torcedores que, em última instância, só querem o prazer de acompanhar o Fluminense nos gramados. Estaremos acompanhando.
Por ora, um pouco de descanso. Feliz 2018!
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @paulotiburciojr
Imagem: bit
As movimentações que estamos vendo não são animadoras. Possíveis vendas do Scarpa, Wendel, Dourado. Vende uma dúzia de pesos mortos que estão aí e traz uns 3 ou 4 mais qualificados e vamos em frente. Vender o que temos de melhor?
Que belo resumo do que temos passado nas últimas décadas. Infelizmente acredito que nossas palpitações de agonia ainda podem se perdurar um pouco mais, devido a gestão que sabemos ser incompetente, e eles embora não admitam, também o sabem.
Boa noite, Paulo. Concordo contigo. Com a Unimed, pelo aporte financeiro, deveríamos ter ganho mais, muito mais. Mas, como você disse, não tivemos uma gestão. É só lembrar o Palmeiras na era da Parmalat. Abad ou Siemsem podem ter errado, podem. Mas fizeram coisam boas. Olhem Xerém, quem recuperou. A nossa sala de troféus era uma espelunca. Quem as dignificou? E olha que hoje moro em Curitiba. Vejo isso. Não torço nem prá um nem prá outro. Sou Fluminense. Grande abraço.