Cristóvão Borges dos Santos, ou simplesmente Cristóvão Borges, jogou no Fluminense entre 1979 e 1983, fazendo parte do time campeão Carioca de 1980. Era um jogador de meio de campo de fino trato com a bola, o que o levou a vestir a camisa da Seleção Brasileira, em um tempo em que a concorrência era enorme e só vestia a amarelinha quem realmente tinha qualidade.
Em 1998 começou a se aventurar fora das 4 linhas. Trabalhou como auxiliar técnico em diversos clubes até o ano de 2011, quando se tornou técnico interino do Vasco em substituição a Ricardo Gomes, que teve que se afastar do cargo por problemas com a saúde.
Nesse mesmo ano de 2011 foi campeão da Copa do Brasil e vice-campeão do Brasileiro com o Vasco, mesmo que o time da colina fosse apenas mediano. Em 2013 conseguiu livrar o fraquíssimo time do Bahia do descenso.
Chegou ao Fluminense como treinador em abril de 2014 em substituição ao contestado Renato Gaúcho. Durante 1 mês conseguiu fazer o time praticar um futebol que encantou o Brasil. Depois, por uma série de motivos alheios à sua vontade, o time parou de jogar futebol e passou a viver momentos de altos e baixos, na verdade, mais baixos que altos.
Agora, nas últimas quatro rodadas, conseguiu impor um futebol ao menos eficiente ao Fluminense, o que nos rendeu quatro vitórias seguidas e a volta ao G4 do Campeonato. O time hoje pratica um futebol longe do belo futebol que já praticou sob sua batuta, longe do que considero o ideal, mas é fato que o que tem sido feito em campo tem dado resultado.
Cristóvão tem seu contrato com o clube estabelecido até o final de 2014 e o Fluminense, bem antes de voltarmos ao G4, anunciou que gostaria de renovar com ele para 2015. A maioria absoluta da torcida reprovou tal pensamento da diretoria, visto que não aprova o trabalho de Cristóvão.
Entendo essa posição da maioria da torcida e concordo em apenas dois pontos: a insistência na escalação inicial de dois jogadores com pouca ou nenhuma velocidade na frente e nas substituições que faz durante a partida.
Mesmo para essas críticas que tenho, entendo que a principal razão seja a pouca qualidade das peças que tem o treinador à sua disposição no elenco atual que poderiam mudar o perfil do que tem feito. Refiro-me especificamente a Biro Biro e Matheus Carvalho. São esses os únicos jogadores do elenco atual que poderiam ser escalados ao lado de Fred no ataque e que mudariam o perfil da equipe. Ou seriam esses mesmos jogadores que poderiam entrar no decorrer das partidas para dar a característica de contra-ataque que tanto falta ao nosso time.
Mas Cristóvão nunca coloca esses dois jogadores em campo (na verdade colocou Biro Biro uma vez). E creio que não os coloca em campo por não enxergar que a falta de velocidade prejudica demais nossa equipe, principalmente quando estamos na frente no placar, mas sim porque não confia no futebol de Biro Biro e Matheus Caravalho. Somente não entendo então o porquê deles estarem presentes no banco em todos os jogos. Se não confia neles e não vai colocá-los, para que selecioná-los?
Como pontos positivos do trabalho de Cristóvão eu vejo as características de valorização da posse de bola (como fazia Parreira), de troca de passes e movimentação da equipe e até o avanço da última linha de marcação da equipe, esta última quando feita em determinados momentos da equipe e com participação de toda a equipe, principalmente com o aperto da marcação do pessoal de meio de campo.
Ainda que em vários momentos tenha ficado irritado com a postura de Cristóvão durante os jogos, considero correta a intenção do clube de contar com o seu trabalho para o ano que vem. Acredito que com sua participação na montagem do elenco, ele saberá preencher muito bem as várias deficiências que temos no elenco que ele apenas herdou.
Vejo nosso treinador com um cara que entende de futebol, conhece bem sua parte tática, sabe como adaptar a equipe à necessidade de cada jogo e que tem a sensibilidade para trabalhar e dialogar com os jogadores, seja individualmente ou com o grupo. É um treinador que consegue dialogar bem com ter o grupo na mão, como se diz no jargão do futebol.
Cristóvão tem ainda como pontos positivos algumas características difíceis de serem identificadas no mundo futebol: humildade e elegância. Sua personalidade é facilmente detectável nas entrevistas coletivas. Diferente de outros “professores” do futebol brasileiro, não se vê nosso treinador discutindo ou humilhando repórteres, ainda que certos jornalistas sejam difíceis de suportar.
Outro ponto que pesa em favor de Cristóvão é a falta de novidades no mercado. São vários “professores” que não apresentam nada de novo há anos. Das opções que seriam possíveis para o ano que vem, vejo à frente do nosso atual treinador apenas Cuca, mas esse tem contrato em vigor na China e não acho que o Fluminense possa trazê-lo para 2015.
Vejo que imagem e perfil do nosso treinador representam bem os 112 anos do Fluminense Football Club, uma história rica em conquistas e que nunca perdeu seus princípios básicos de justiça, fidalguia e luta.
Panorama Tricolor
@Panoramatri @Mvivone
Imagem: google.com
Um técnico educado não só em casa ou em certos lugares ,mas em TODOS os lugares. Ele representa bem meu Fluminense
ST!