Amigos, amigas, o Fluminense repete em 2023 a agenda dos anos anteriores. Depois de um empate do Botafogo contra o Santos no domingo, o Fluminense tinha a chance de reduzir a distância para o líder do campeonato de 14 para 12 pontos. Ao final do jogo de agora há pouco, o que se viu, no entanto, foi o Fluminense ver essa distância aumentar para 15 pontos, porque conseguimos perder para o Coritiba, time que briga na zona de rebaixamento, apesar dos bons resultados recentes, sempre contra times do meio da tabela para baixo.

É o Fluminense que corre no Brasileiro para não chegar, como em 2020, 2021 e 2022. Quando as portas se abrem a capacidade de vencer do Fluminense se fecha.

Não sei, ao certo, o que foi a ausência de Marcelo. A justificativa foi bem estranha: poupar um jogador para uma partida que acontecerá daqui a oito dias. Ainda que Diogo Barbosa tenha dado uma outra dinâmica ao nosso lado esquerdo, fazendo boas infiltrações para receber passes de Ganso e Keno, Marcelo fez muita falta como o jogador que ajuda a dar equilíbrio ao time em campo. Talvez tenha sido o jogo em que mais Marcelo fez falta desde sua chegada ao Tricolor.
Tudo bem, no entanto, que houvesse razão para deixar Marcelo de fora. O que não está nada bem foi deixar Martinelli de fora do time, algo que precisa ser explicado, pois sequer pisou no gramado ao longo dos 90 minutos, ainda que Diniz tenha feito todas as substituições a que tinha direito.

O Coritiba foi a campo para não deixar o Fluminense jogar e, a partir daí, construir seu próprio jogo em cima dos nossos erros. Marcaram-nos com intensidade em todas as fases do jogo, ainda que, nos primeiros vinte minutos, também ficassem encaixotados pela nossa própria marcação, o que nos presenteou com uma partida monótona, que só venceu a monotonia num lance em que tentamos uma jogada improvável na intermediária adversária, dando ao Coxa o que procurava. Felipe Melo se posicionou mal diante da virada de bola e ainda derrubou o adversário na área quando Fábio já fechava a trajetória da bola. Pênalti e gol do Coritiba.

Não demorou e o mesmo Felipe Melo levou drible quase infantil, que resultou no segundo gol. Tudo isso aconteceu com um jogo que transcorria equilibrado por baixo, mas eis que o Fluminense, com a desvantagem, até melhorou, conseguindo criar jogadas pelo lado esquerdo, sem, porém, molestar perigosamente o gol do arqueiro paranaense.

O que surpreende é ver o Fluminense voltar para o segundo tempo com a mesma formação e passar os primeiros cindo minutos sendo pressionado. Talvez Diniz acreditasse que sua formação inicial, que pouco produzira na primeira etapa, fosse capaz de mudar a trajetória do jogo na segunda. Não aconteceu.
É possível que Ganso estivesse fisicamente comprometido. Já dera um passe errado, que originou contragolpe do Coritiba. Saiu para a entrada de Leo Fernández. Até aí, tudo bem. Um meia por outro. Jhon Kennedy entrou no lugar de Felipe Melo. Não era para ter entrado um meia? Ou que se fizessem três substituições, com JK substituindo Lelê, que não jogava vem, e Daniel ou Martinelli no lugar de Huf Huf.

Mesmo assim, o Fluminense tomou conta da intermediária, mas as jogadas não aconteciam. O Coritiba baixou a marcação e abriu mão de disputar a intermediária, se fiando na vantagem de 2 a 0 no placar, jogando até confortavelmente.

Foi então que Diniz descobriu Daniel no Banco, uma dessas obviedades que, de tão óbvias, até incomodam. Ou seja, um jogador que tem como principal característica achar passes onde eles parecem impossíveis. Só então o Fluminense, já nos quinze minutos finais, passou a levar perigo de verdade ao gol do Coxa, mas aí já era tarde.

Méritos para o Coritiba, que executou bem sua proposta de jogo. Créditos pela derrota para Fernando Diniz, pelas escolhas. JK foi mais produtivo ofensivamente do que Lelê. Keno e Ganso deram fluência ao jogo no nosso primeiro tempo atabalhoado. Arias caiu de produção e Diogo Barbosa mostrou que, como reserva, pode contribuir.

Tirando isso, uma derrota devastadora na noite desta segunda e a expectativa de que tenhamos, contra o Santos, uma escalação que faça mais sentido.

Saudações Tricolores!