O Fluminense desponta hoje como um dos melhores times do país. Esquema tático, bons jogadores, apresentações convincentes e, até nas derrotas, entrega e muita luta. Isso leva a torcida à euforia, mas não se deve esquecer que o planejamento e os pés no chão são as chaves das conquistas. Parece que, no sentido de municiar o elenco com peças de reposição, a diretoria está trabalhando e já ouvimos rumores sobre nomes como Henrique, Wellington Nem, Cícero e Mariano.

Por outro lado, é bom sempre lembrar que o campeonato brasileiro é feito de oscilações e que sua conquista exige um bom conhecimento da tabela e das condições de disputa. Assim, as velhas máximas de vencer dentro é obrigação e empatar fora é um bom resultado não são verdades absolutas nos pontos corridos. Ainda mais quando se trata de uma disputa que conta com um equilíbrio muito grande, em que vários clubes são candidatos ao título.

Para efeito de planejamento, alguns números são importantes, dependendo dos anseios de cada equipe. Foge-se do rebaixamento com 46 pontos, ainda que não seja uma garantia absoluta, esse número tem-se revelado seguro nos últimos anos. Chega-se ao título com 72, mesmo sabendo que pode haver uma disputa mais acirrada que exija um aproveitamento ainda maior. E consegue-se uma vaga na Libertadores, via de regra, com 64 pontos.

Gosto, para efeito de uma classificação projetada, de dividir os 19 adversários do Fluminense em quatro grupos: o primeiro com seis equipes que imagino que disputarão na parte de baixo da tabela; o segundo, com seis equipes que estão na “figuração” do campeonato, isto é, não chegarão à Libertadores, mas não passarão sufoco; o terceiro, com as cinco equipes favoritas ao título (além de nós, é claro, já que a conjuntura permite mirar no pentacampeonato); e, por fim, o último grupo em que separo os dois clássicos.

Para chegar aos sonhados 72 pontos, postulo os seguintes resultados: devemos vencer dentro e fora de casa as equipes do primeiro grupo. Para o segundo grupo, devemos vencer todas em casa e empatar pelo menos três fora de casa. Contra os favoritos, jogos mais difíceis, devemos vencer três em casa, podemos empatar dois e perder o restante. Nos clássicos, uma vitória e um empate nos quatro confrontos já será o suficiente.

Claro que, ao perder-se pontos projetados como “ganhos”, obriga-nos a vencer os confrontos mais difíceis e o contrário nos fornece a gordura para queimar nos momentos de oscilação. Assim, minha projeção ficaria mais ou menos assim:

As estrelas representam as vitórias, os triângulos os empates e os círculos as derrotas. Por ela, percebemos que nosso tropeço contra o Vitória foi compensado pela vitória contra o Palmeiras e que estamos dentro da projeção. Assim, ainda não há motivo para euforia, apesar do bom futebol que estamos jogando. Você pode discordar e fazer sua própria tabela, alterando a composição dos grupos ou os resultados projetados de acordo com seus palpites. E aí, chegaremos aos 72 pontos?

Panorama Tricolor

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