Oi, pessoal.
Escreveu um dos maiores escritores e tricolores da nossa história: “Por complexo de vira-latas entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto.” Foi o que percebi no Fluminense em 2015.
Mal sabia o profeta tricolor, Nelson Rodrigues, que seu clube – leia-se seus dirigentes e muitos torcedores – sofreria esse complexo com tamanha intensidade e, igual, gravidade. No entanto, após três rebaixamentos e o fim do patrocínio que atraiu grandes jogadores para às Laranjeiras, “o primeiro ano do resto de nossas vidas” foi encarado com baixa autoestima.
Costumo enfatizar sempre que a gestão Peter parece sóbria e austera – como deve ser e precisávamos tanto – nas áreas financeira, trabalhista e jurídica, mas no futebol pareceu algo surreal e preocupante: até compor o departamento de futebol com dois nomes que nunca trabalharam com futebol profissional, Peter fez.
Mesmo antes, em 2013, precisamos que o Flamengo nos salvasse da Série B. Esse ano, os jogadores foram primordiais. O principal objetivo para 2016 é, sem dúvida, nos livrarmos do “complexo de vira-latas”; afinal, o Fluminense conseguiu sobreviver sendo competitivo, algo que, pela leitura do valor de folha salarial o departamento de futebol não esperava, o que denota a total falta de noção de futebol dos mesmos e o tamanho do risco que corríamos.
Pelo amor de Deus, após resistir a esse risco monstruoso, não pode mais haver dúvidas para extinguir, exterminar, bloquear, romper qualquer complexo de vira-latas! A não ser que essa postura tenha sido proposital e essa é minha única preocupação.
Ainda assim, eu espero que 2015 tenha expandido a mentalidade dos gestores atuais e, principalmente, a certeza de que podemos ter um time competitivo e campeão de competição nacional mesmo com uma folha salarial de “quatro milhões” de reais (valor dito pelo Vice-Presidente à SporTV, na véspera da semifinal contra o Palmeiras, em São Paulo).
E por que a postura de clube inferior pode ser proposital? É o que mais temo; afinal, foi o que ocorreu nos anos 90: o Fluminense ser administrado para servir somente como ponte, quando deve ser tratado e administrado como grande. Ou “enorme”, como definiu Nelson Rodrigues.
Clube ponte, ou melhor, clube visto como excelente vitrine para empresários “meterem” seus jogadores, mas que não disputa títulos, torna-se mediano. Clube ponte, mas grande, ou melhor, clube com a mesma excelência de mercado mas que não aceita raspa-tachos, sobras, nomes comuns que ele mesmo fabrica em Xerém, mesmo que com a parceria de empresários.
Por isso, após “o primeiro ano do resto de nossas vidas” sem Unimed planejado por Peter, Mário Bittencourt e Fernando Simone apenas para escapar do rebaixamento – aposta, inclusive, do ex-presidente da ex-patrocinadora, Celso Barros – em que figuramos no G4 por meses e chegamos à semifinal da Copa do Brasil, 2016 será planejado sem o complexo de vira-latas?
É a questão principal que quero que 2016 me dê, inclusive – e principalmente – por conta das eleições presidenciais no fim do ano. Não quero votar num “candidato vira-lata”, seja com complexo de inferioridade nem de superioridade.
Nenhum complexo cabe ao Fluminense. Cabe ao clube verde, branco e grená somente a certeza da sua importância, com gerência austera e filosofia de time com qualidade técnica preponderante no futebol, sem nenhum “salvador”, “artista”, “mágico”, muito menos complexado.
E que venha a Liga Sul-Minas-Rio! Adiós, FERJ!
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @CrysBruno
Imagem: cb
Sutilmente direta…
Boa análise e previsão de esperança!
Mt bom Crys!
Bjs!
Oi Flavia! Muito obrigada pela força. Isso está virando uma panela ra
rs
Excelente texto, Crys!
Que 2016 seja um ano enorme, do tamanho do Flu, em todos os sentidos! rs
Bjs
Oi, Milady! Que delícia ganhar sua presença e coment aqui. rs Que seja! rs Especialmente, sem complexos nem traumas.
Beijo grandão!