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A estreia do Fluminense na Copa do Brasil foi adiada na última noite.

O confronto entre Moto Club – MA x Fluminense, que ocorreria no dia 12 de Fevereiro, passou para o dia 26 deste mês, a famosa quarta-feira de cinzas.

O motivo alegado pela CBF: em caso de um Fla x Flu na semifinal da Taça Guanabara, este jogo precisaria ser disputado na quarta-feira dia 12, para que não colidisse com a data da “magnânima” recém-criada competição Super Copa do Brasil, que oporá Flamengo e Athletico.

Alterações semelhantes ocorreram envolvendo outros dois jogos da Copa do Brasil.

Em pleno 2020, a CBF mostra um show de incompetência, para dar e vender. Em uma tentativa de ajustar um calendário que mais parece uma colcha de retalhos, rasgam-se os direitos do torcedor.

A partida em São Luís mexeu com os sentimentos da torcida tricolor local e de Estados circunvizinhos desde que se anunciou: a última passagem do Fluminense pela capital maranhense ocorreu há dezoito anos, na derrota para o Sampaio Corrêa por 2 a 1, pela Copa do Brasil de 2002. Desde dezembro, tricolores da capital maranhense, do interior do Estado, bem como do Ceará, Tocantins, Pará e Piauí têm mobilizado energias das mais diversas formas para receber bem o clube: organização de caravanas, apoio ao evento oficial do Fluminense que acontecerá no pré-jogo etc. O fato de ter o Fluminense em um destino tão pouco frequente também atraiu a atenção de tricolores do Rio de Janeiro, que já haviam comprado passagens e reservado hotéis a fim de conhecer nossa cidade.

Transferir o jogo faltando uma semana para a data prevista é pisar no torcedor e em seu sentimento, sobretudo quando a causa deve-se ao favorecimento a um terceiro clube, que irá jogar uma “competição” que em tudo se encaminha para ser mais um embuste programado pela CBF. Fazer isto é também trazer um prejuízo logístico ao clube: ao contrário de aeroportos considerados hub de grandes companhias, São Luís possui um número considerado pequeno de voos perante demais capitais. Chegar aqui, muitas vezes, requer conexões e passagens caríssimas, a depender da época: no caso do Fluminense, a equipe precisará vir durante o Carnaval, o que minimamente configura um desafio para encaixar toda a delegação em um voo único e direto.

Como tricolor que tanto espera o Fluminense em nossa cidade, manifesto aqui meu imenso repúdio à decisão da Confederação Brasileira de Futebol, que novamente demonstra um alinhamento quase que clubístico e não centrado no torcedor.

Somos, porém, maiores que isso: seja na clareza de uma quarta comum ou nas cinzas de outra, seja no Sol ludovicense escaldante ou na chuva torrencial que vez por outra aqui cai, receberemos o Fluminense no Maranhão com todo o carinho que ele merece.

E que as dunas de nossos Lençois não sejam, no dia 26, de areia, mas sim de pó-de-arroz.

Saudações tricolores.

Panorama Tricolor

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