É justa a associação do Flamengo com o crime pela conexão entre episódios em si dissociados? Eu tenho certeza que não. O Flamengo não é um clube de bandidos. Assim como o Fluminense não é o clube do tapetão
A razão não deve operar para quem acalenta o sonho do título. E creio que ninguém tem o direito de acordar essa legião de sonhadores. Ao contrário, temos de torcer por eles, para eles estarem certos
Já diria o grande Joseph Pulitzer: “Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma.” A nós tricolores cabe reagir à mediocridade e exercitar o senso crítico
Nenhum jornalista do Globo, do Lance, da ESPN, da Fox foi proibido de entrar no clube. Nenhum, nem Renato Maurício Prado, nem Juca Kfouri, nem Antero Grecco
Nada dessa briga por grana e poder jamais fez bem à nossa história. O Fluminense se fez e se faz dentro de campo, com vitórias e derrotas épicas, com arquibancadas cheias, com pó de arroz e festa, com sangue, suor e muitas lágrimas
Agora, independentemente de quem venha a vencer a eleição, o que gostaria mesmo de ver é uma guinada na concepção do futebol do Fluminense. Não sei se o a questão é o não profissionalizar a gestão. Mas, se é para ter uma gestão profissional, que assim seja de fato
Por fim, mas não menos importante, novas contratações marcaram o fim da política de austeridade do clube, algo que deve ser bem-recebido, senão celebrado
Hoje ouvi você dizer que foi a primeira vez que “sentiu alguma coisa de fora para dentro”. Cá entre nós, isso foi meio mentiroso, não? Já sentistes outras vezes, por exemplo, quando adversário, mas não tivestes a sensibilidade ou a humildade de perceber que a força que incomodava naqueles momentos poderia ser a mesma a apoiar agora
Seguem abaixo dois textos meus, escritos em 2012, nos quais exibo outra fleuma e apoio ostensivamente o time, inclusive lutando contra críticas injustas
Vai aparecer alguém para dizer que a coluna é politicamente orientada, é coisa da oposição. Pois bem, eu me antecipo então. É claro que a coluna é politicamente orientada (todas são), no caso, de oposição, porque eu não estou nem um pouco satisfeito com o que vem acontecendo no clube
1995 não foi só uma barriga. Tivemos ali um fenômeno espetacular: a alma tricolor encarnada em jogadores e torcedores. Fomos a ressurreição de Renato, a emoção radiante de Ézio, o brilho efêmero de Leonardo, Lima, Ronald e Wellerson, a virilidade de Lira, a predestinação de Aílton
A riqueza de nossa história é o que explica nosso poliamor. Como colocar num segundo patamar a linda história de Castilho, que literalmente cedeu ao clube um de seus dedos, ou de Preguinho, cuja dedicação tornou o Fluminense campeão em vários esportes?
A parte dessa geração que é tricolor hoje está mais consciente. A parte dos adversários vem perdendo seus argumentos. Uma das coisas boas da história é que ela sempre vence no final. Ela se repete, como farsa, como tragédia, como for, mas sempre vence
Os sinais funcionaram como borra de café e minha sensibilidade atuou como vidente: temos um time ainda em formação, um novo técnico vindo de bons trabalhos, não temos Maracanã, não somos considerados favoritos. Em suma: seremos campeões