Aquele gol logo no início, numa competição em que o tento fora de casa vale muito, deu a impressão de que a missão já estava cumprida e que bastava segurar o resultado
De qualquer forma, aconteça o que acontecer, o ano apenas se inicia e esse time já mostrou que, de alma renovada, será muito diferente daquele que nos envergonhou ano passado
Afinal de contas, se Abelão usa a equipe considerada “alternativa” em partidas importantes, como foram as contra o Inter e contra o Botafogo, é porque confia no seu grupo e deve, por isso, tratá-lo igualitariamente
Evidentemente, se a partida fosse contra a Portuguesa eu não me arriscaria a criticar a postura de Abelão, mas, num clássico, penso eu, não se deve correr tamanho risco
Ao contrário de alguns que usam as entrevistas para transferir responsabilidades, ele, apesar de toda a sua “brutalidade” com as palavras, só faz proteger seus jogadores
Temos um time que está se desdobrando dentro de campo, do jeito que pode, e sob o comando de um cara que ama o Fluminense e está disposto a fazer de tudo para ajudá-lo, e isso deve ser valorizado
Pela grandiosidade das partes envolvidas, pelo tamanho das rivalidades, essa manifestação conjunta pode ser considerada, talvez, a mais relevante já realizada no futebol brasileiro e o marco inicial para que a paz gradativamente retorne ao futebol
Não discuto o mérito da sua decisão. Ele é o treinador e é regiamente pago para planejar e executar o que for melhor para o time. Assume os ônus e os bônus de suas decisões e deve ser cobrado ou celebrado por isso
Os melhores nomes tricolores têm que fazer parte da gestão e, ao que parece, o Presidente tem isso como princípio: vaidades de lado, o que importa é e sempre será o Fluminense
E se dentro de campo o Flu precisará jogar no limite e ser sobretudo competitivo, fora dele a torcida terá papel fundamental para impulsioná-lo às vitórias
Se o Fluminense der o sangue dentro de campo todo esse realismo se converterá em esperança e a esperança, quem sabe, numa vaga para a Libertadores ou num título
Abel Braga não é um Cuca ou um Tite. Longe disso. Mas tem algo que ambos não têm: alma tricolor. E precisamos de alma, como ele bem disse, precisamos ressuscitar moribundos
E o nosso papel de torcedor, eleitor ou não, é o de fiscalizar sempre, cobrar quando necessário e torcer com fé para que o novo presidente faça o melhor pelo Fluminense
Em quatro jogos, terá a chance de deixar seu nome mais uma vez marcado na história do Flu, e ninguém melhor que ele, neste momento, para cumprir essa gloriosa missão