O Fluminense será campeão, não importa como (por Aloísio Senra)

Tricolores de sangue grená, quando as constelações se alinham, tudo dá certo, ou é o que dizem. Quando não tem sacanagem, quando não tem marmelada, quando tem luta, quando tem raça, quando tem disposição, quando tem hombridade, quando tem caráter, o final é esse mesmo: Fluminense campeão. Importam pouco os nomes, o elenco, os prognósticos, o pessimismo (até o meu) e as sacanagens. O Fluminense foi tricampeão em um só dia sobre X. Ganhou no campo, nos pênaltis e fora dele, nas instâncias de justiça, em que por tantas vezes andamos perdendo. Pressinto o virar da maré, embora ainda não esteja totalmente convencido de que a limpeza vista na final da Taça Rio se estenderá aos dois jogos que decidirão o título. Não sei até que ponto não era interessante para a FFERJ segurar um pouco a onda e garantir que não haveria intromissão, afinal, são mais dois jogos pra eles faturarem às custas dos finalistas. Pra variar, o Fluminense que se dane.

E isso fica muito claro com o imediatismo dessas finais. Poderiam ambas ser nas próximas duas quartas-feiras, dando intervalo de descanso maior principalmente para o Fluminense, que tem treinado pouquíssimo e com jogadores estourando devido à condição física inadequada. Mas não, por que tentar equilibrar a situação dos dois times? Qual a vantagem para a máfia? Nenhuma, é claro. Já rolou uma zebra pro esquema deles na Taça Rio, então o lance é garantir que nas finais o resultado que eles querem prevaleça. E quando parecia que o meu discurso começava a soar um pouco paranóico, eis que me escalam Wagner do Nascimento Magalhães, aquele mesmo que expulsou o Fred em 2015. Naquela época, Fredão já dizia que o Carioca tinha que acabar. Demoramos muito tempo pra dar razão a ele, eu suponho. Querem apostar que Marcelo de Lima Henrique apita a outra partida? Vem marmelada das grossas por aí, não se enganem. Não quero parecer profeta do apocalipse, mas é difícil ignorar os fatos.

Eu disse, na minha última coluna, que o Fluminense teria que jogar a partida da sua vida e ainda contar com o milagre de a arbitragem não influenciar. De fato, isso aconteceu. O VAR, que poderia ter anulado nosso gol legítimo, como já cansou de acontecer, dessa vez não atrapalhou. E quando isso não acontece e prevalece o futebol jogado no campo, a janela de oportunidade se abre. E dessa vez, passamos por ela. Odair escalou talvez o que podia escalar, sendo “ajudado” por certas lesões, e foi premiado com um desempenho muito bom da equipe que, a despeito de todas as suas limitações, mostrou pra X qual é o lugar dele, o de eterna coadjuvância diante de nossas glórias. O placar em decisões de título de um modo geral agora está 40 x 22 para nós. E se conseguirmos resistir por mais duas vezes nas quatro linhas contra os elementos externos que normalmente nos solapam as taças, há uma boa chance de o 8 x 4 em decisões de títulos relevantes virarem 9 x 4.

Talvez vejamos a tentativa maior de sacanagem logo nessa primeira partida, em que a transmissão será, mais uma vez, nossa, e na qual, em teoria, temos que tentar conseguir uma vantagem. Se eles conseguirem a vantagem em vez de nós, no próximo jogo a patifaria será no melhor estilo sutil: inversão de faltas, complacência com a cera, amarração do jogo, pouco tempo de acréscimo, um eventual cartão vermelho ou uma distribuição de amarelos… sabemos como é. O time, além de preparado fisicamente, o que já é um desafio, precisa estar também preparado psicologicamente. No mais, ainda há uma crença forte de que eles são os campeões por antecipação. Deixem-nos subir nos seus saltos tortos e vomitar soberba o quanto quiserem. Sabemos bem como isso termina. Repitam a postura, jogadores do Flu, e serão aplaudidos, não importa quais sejam os placares. O mais importante vocês já provaram: que nunca se duvida do Fluminense. E nem eu tenho esse direito. Seremos campeões. Não sei como, mas seremos.

Curtas:

– Nenê jantou o reserva do Lahn no Bayern com poucas palavras para defender jogadores do nosso banco. É essa atitude que não pode faltar nunca! Pacheco, Nenê e até o Caio Paulista mostraram, em dado momento, que encarnaram de vez o espírito tricolor. Hudson, Muriel, Gilberto… todos nos deixaram imagens e palavras impactantes. Que os onze titulares deste domingo sejam inspirados pela nossa tradição e pela nossa história. Que a faixa seja nosso talismã de boa sorte. Amém!

– Vou esperar o campeonato acabar pra dedicar uma coluna aos jogadores, analisando o elenco, pontuando deficiências e destaques, e opinando sobre como poderia melhorar pro Brasileiro e para a Copa do Brasil.

– Odair teve mérito na escalação do Dodi e na coragem de jogar com três volantes, sendo um experiente e dois rápidos e dinâmicos. A dupla Dodi e Yago mudou a cara do time jogar e marcar. Se ainda falta um pouco de ofensividade, basta lembrar que tem Nenê, Marcos Paulo e Evanílson mais à frente. Perdemos alguns gols na quarta que poderíamos ter feito. Se surgiram oportunidades na final de turno, provavelmente também surgirão nos próximos jogos. Basta calibrar o “pé” e aproveitá-las. Tática também ganha partidas.

– Palpites para os dois jogos: Fluminense 1 x 0; Fluminense 1 x 1. Flu campeão!

Panorama Tricolor

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