O que a gente mais ouve dentro da torcida do Fluminense, é o fato de que o time é gigante e de que o time não pode se conformar com esse apequenamento (termo adotado por eles) que está acontecendo nos últimos anos.
Mas afinal o que é ser grande no futebol brasileiro?
Fica evidente que ser grande não é ganhar títulos o tempo todo, pois fosse isso, Flamengo e Corinthians não teriam o tamanho que tem, pois já encararam jejuns amargos.
Ser grande então deveria ser permanecer na primeira divisão o tempo todo? Mas se fosse apenas isso, Vasco, Cruzeiro ou Botafogo, já nem existiriam mais. Que o diga o Vasco que já esteve diversas vezes na Série B nos últimos anos.
Ora, então ser grande é ter na sua sala de troféus uma taça de campeão brasileiro de futebol? Fosse isso, por que a grande maioria dos torcedores do Brasil torcem o nariz se chamamos Guarani, Coritiba, Sport e Bahia de times gigantes?
É fato consumado que jogar a Série B, não faz do time pequeno, assim como vencer o campeonato brasileiro da Série A, não faz do time um gigante do futebol. Nós que fomos até a Série C, e vencemos os campeonatos de 2010 e 2012, deveríamos saber isso melhor do que ninguém.
Então, afinal, o que faz do time um gigante do futebol brasileiro?
Eu sinceramente, não sei dizer ao certo o que seria, mas sei dizer que com toda certeza de que não é o que o Fluminense vem fazendo de uns anos para cá.
Se futebol é momento, o Fluminense não vive de momentos desde 2012, o que já significa quase 10 anos. Neste período, acostumou-se a comemorar fuga do rebaixamento ou classificação para a Sul-americana (mesmo que a eliminação nas fases iniciais desse torneio fosse uma certeza dolorosa). A classificação para a Libertadores em 2020 foi comemorada como um título inédito, apenas para que no mesmo ano (desta vez o Brasileirão terminou em 2021 devido à pandemia), o Fluminense fosse eliminado de forma apática.
A certeza que fica é: futebol é momento.
Eu amo ouvir histórias do passado, das partidas, dos títulos que vieram ou escaparam por detalhe. Eu mesmo já escrevi sobre o 21 de maio de 2008, ou sobre gols de Alcindo (pasmem!) em Fla-Flus. Mas cansa ter que transportar para o campo o tempo todo essa ideia fixa do sobrenatural, do imponderável, do impossível.
É gostoso, mas não é suficiente.
Porque impossível mesmo, é o Fluminense voltar a ser um gigante, se continuar se encolhendo sempre diante dos adversários, sejam grandes ou pequenos.
Se for para falar de coisas fantásticas, eu não quero ser o eterno Golias para alguns pequenos Davis do futebol brasileiro e Sul-americano.
Eu quero meu Fluminense gigante de volta e isso, HOJE, é exatamente o que ele NÃO É. Por mais que machuque dizer isso.
Já dizia Belchior: o passado é uma roupa que não nos serve mais (trecho de “Velha Roupa Colorida”, 1976 ). Ao menos por enquanto…
O EXTERMÍNIO DESSA FLU – SÓCIO SOB LÁPIDE EM INSCRIÇÃO ” AQUI JAZ O GRUPO A HAVER SE LOCUPLETADO DO FLUMINENSE NA SANHA PERSECUTÓRIA DE MALFEITOS INSISTENTES “. 2013//2022. O MAUSOLEÚ UMA ABADIA HOMENAGEIA UMA DE SUAS MAIS NEFASTAS E FUNESTAS PERSONAGENS. A EFÍGIE D’UM PAVÃO ENCERRA A CRIPTA.