Amigos, amigas, o Fluminense disputou três das últimas quatro partidas fora de casa. Uma realidade incômoda para um time que ocupava a lanterna do Campeonato Brasileiro, a três pontos de distância do seu concorrente mais próximo.
Eu dizia na ocasião que o Fluminense precisava entrar na briga contra o rebaixamento, porque nem isso parecia possível diante da sucessão de equívocos e desatinos aos quais estávamo-nos acostumados.
Pois o Fluminense, nos últimos quatro jogos, em 12 pontos disputados, ganhou onze. Sendo que o jogo em casa foi contra o poderoso Palmeiras. Partida na qual tivemos nosso melhor desempenho em toda a temporada.
O que mudou nesse Fluminense, que está pulando etapas? Sim, porque da caminhada passiva e resignada para o rebaixamento, não se pode dizer que o Fluminense briga contra ele nesse momento. Nossa tarefa agora é subir na tabela e nos aproximarmos do pelotão de cima.
Por quê?
Porque pode ser que não conquistemos a vaga na Libertadores de 2025 como campeões de uma das copas para o título das quais somos candidatíssimos. Nesse caso, teremos que conquistar a vaga por meio do Campeonato Brasileiro.
Sim, mas o que trouxe essa mudança brusca do Fluminense da água para o vinho. A resposta é: a rendição ao óbvio e à simplicidade.
Jogadores que nada agregavam às nossas batalhas desapareceram das escalações. André e Arias voltaram ao time. E um Monstro ressurgiu entre nossas tropas, organizando nossa defesa e fazendo acontecer o que parecia inacreditável acontecer.
São três vitórias consecutivas, todas pelo Campeonato Brasileiro, de um time que sofria gols em todos os jogos até então. Nenhum gol sofrido. Se isso tem alguma explicação, ela atende pelo nome de Thiago Silva.
O Fluminense teve que lidar com a conhecida imposição física do Bragantino no início da partida, o que fez com que o jogo transcorresse em nosso campo. Eles até encontravam espaços para trabalhar em nossa intermediária, mas apresentavam pouca competência para transformar tais situações em oportunidade de gol.
Transcorridos menos de 20 minutos de jogo, a pressão arrefeceu, o Fluminense começou a trabalhar com a bola nos pés e as oportunidades apareceram. Numa delas, o goleiro deles fez defesa antológica em arremate de Serna, após jogada de Kauã Elias. Que acabou premiado com o gol da vitória, em cruzamento genial de Ganso, que, até então, caminhava em campo despercebido, já nos últimos suspiros da etapa inicial.
Que o Fluminense mereceu vencer e poderia ter sido de mais, tamanha a superioridade diante do time da casa, mas veio o segundo tempo.
Uma outra história, que agora é realmente de superação, porque o Bragantino voltou melhor e criou, em menos de dez minutos, três lances perigosíssimos. Num deles, a bola parou na nossa trave.
Nada imprevisto, é o Campeonato Brasileiro. Não existe jogo fácil e isso não é clichê. O Fluminense, então, soube defender o resultado. Mano foi fazendo trocas para dar gás a um time que era flagelado pelo calor do meio-dia. Porém, tirando a pressão inicial, fomos até mais perigosos na fase final do jogo.
Ainda estamos na zona de rebaixamento, é bem verdade, mas não há um único indicador que aponte que a briga do Fluminense seja hoje contra o rebaixamento. O futebol apresentado pelo Fluminense nos últimos jogos é o de aspirante ao título. Pena que a tabela de classificação não nos permita sonhar com isso.
Não obstante, temos duas copas para disputar, nas quais entramos muito fortes, não tenham dúvidas disso. O Fluminense se agiganta quando vemos em campo fundamentos da Era Diniz potencializados pelo estilo de Mano Menezes, só que, agora, aparentemente, sem apadrinhamentos ou desatinos.
Mano está de parabéns pelo trabalho feito até aqui. É só continuar seguindo a lógica e o bom senso, que as coisas acontecerão.
Só fico triste por decepcionar nossos adversários, que estavam tão entusiasmados com a ideia de o Fluminense ser rebaixado para pagar a Série B que, ao contrário de todos eles, não devemos. Imagino a dor profunda dos antis, mas a vida não segue nossas diretrizes e sim o curso determinado pelas nossas escolhas.
O Fluminense escolheu reconhecer seus absurdos e corrigir o rumo. Por conta disso, 2024 ainda promete para o maior clube do país.
Saudações Tricolores!