Amigos, amigas, não vou fazer mistério. Vou tentar ser claro e objetivo acerca do meu diagnóstico e, talvez, na proposição de soluções. Fernando Diniz tem três bombas a desarmar para o Fluminense atravessar a má fase: time envelhecido, colapso tático e profusão de lesões.
Já falei muito sobre o primeiro problema, o time envelhecido, nas duas últimas colunas. Só para a gente relembrar, contabilizei no mínimo dez jogadores com 33 anos ou mais no elenco, sendo que sete deles parecem ser vistos como titulares por Diniz.
Quanto à crise tática, tem muita relação com o primeiro problema, uma vez que as gambiarras de Diniz para privilegiar os medalhões na escalação vêm comprometendo o próprio modelo de jogo e inviabilizando qualquer desenho tático que funcione em campo de forma minimamente satisfatória.
Percebam as amigas e amigos que não estou falando do modelo, porque sempre há alguém para dizer que ele está manjado e que os adversários aprenderam a neutralizá-lo. Já ouvi essa música tocar pelo menos duas vezes ao longo dos últimos nove ou dez meses. Em ambos os casos, o Fluminense voltou a dominar seus adversários e fazer grandes exibições com o fortalecimento do modelo de jogo.
A questão é tática. Diniz parece engessado, tentando, a qualquer custo, viabilizar jogadores como Felipe Melo e Keno no time titular. Isso, por si só, já contribui para o colapso tático em que nos encontramos, porque impede o técnico de encontrar alternativas para levar a campo.
Por fim, chegamos a um aspecto que desafia nossa análise, pois é um problema cuja causa, para nós, é invisível. Que é a questão da profusão de lesões. Em menos de uma semana, temos três jogadores se lesionando em treinos. Isso não pode ser considerado normal. Como não sabemos qual é a rotina de treinamento no clube, fica difícil fazer mais do que apontar a consequência, que é o Fluminense, há quase dois meses, atuando sempre com pelo menos cinco desfalques em campo.
Os amigos e amigas, em sua perspicácia, já devem ter percebido que os três fatores se entrelaçam. Sendo assim, a solução de um dos problemas pode ser capaz de amenizar severamente os outros, não é verdade? Diante disso, eu levaria a campo amanhã a seguinte escalação: Fábio; Samuel Xavier, André, Nino e Marcelo; Mertinelli, Daniel e Lima; Lelê, JK e Germán Cano.
Não é o ideal, mas já reduzimos para sete o número de jogadores com 33 anos ou mais na escalação principal. Ao mesmo tempo, desembaraçamos nossa saída de bola associativa com jogadores rápidos e técnicos. Sendo que não mais precisaremos nos entrincheirar em nossa grande área porque o time não tem intensidade para brigar pela recuperação da bola e precisa proteger Felipe Melo da exposição de sua fragilidade enquanto zagueiro.
Por que André na zaga? Podemos escolher entre André e Martinelli. E a única razão para isso é que não temos zagueiros com capacidade para viabilizar o modelo de jogo. Aliás, não temos um que nos dê ao menos um pouco de segurança defensiva. Quando tivermos um zagueiro com essas características, podemos retornar André para o meio de campo.
A formação ofensiva, com Lelê e Jk, melhora nossa capacidade de exercer uma primeira marcação com intensidade, seja na pós perda, seja na saída de bola do adversário, que é outro aspecto vital para o modelo de Diniz. Assim como o esquema tático viabiliza que amanhã Arias, Keno ou Leo Fernández os substituam.
No mais, é trabalhar incessantemente para rejuvenescer esse elenco e resolver o problema da profusão de lesões. Sendo que o próprio rejuvenescimento do elenco já pode ser uma boa terapia contra elas. Mas tudo isso tem prazo muito curto. Curtíssimo! Temos quase um mês para nos prepararmos para as oitavas da Libertadores, mas não temos mais um mísero segundo no Brasileiro, em que precisamos voltar a vencer, e muito, imediatamente.
Saudações Tricolores!