É o campeonato da mais singela esportividade. Perseguições, tramoias e, como não poderiam faltar, bravatas. Até o presidente do Madureira quer seus momentos de fama em um campeonato sem fama.
Eis que algo surge de destaque no bairro suburbano fora do período de carnaval, sem que sejam as pechinchas do Mercadão. É o presidente que não vende o atacante, porque é o próprio dirigente que já está vendido à súcia que comanda o futebol do Rio.
Entre novos velhos patrocínios e déficit assumido de forma corajosa, chega-se à conclusão de que há menos bravatas passeando nos salões do Laranjal. Em que pese a emissão de notas fanfarrônicas, a administração tenta manter a transparência e isso é louvável.
Por outro lado, parece que a rotina de treinos passa pouco pelo treinador. Vai-se um Borges, vem um Drubscky e a semana continua sendo de meio expediente para os guerreiros modorrentos, ainda que o desempenho no tapete verde seja de uma equipe verde, ainda que alguns guerreiros sejam de uma época em que não amarelavam.
A qualidade técnica tem resolvido contra alguns adversários mais frágeis, embora, mesmo desses fracos elencos do carioquinha, estejamos sendo frequentemente acuados, com o sistema defensivo exposto e, por muitas vezes, completamente dominados.
E temos um Fla-Flu pela frente. E pressão. Precisamos vencer para ter chance de classificação no carioquinha, quem diria. Não que seja importante ou faça diferença a colocação na “gincana do pavoroso chefão”, mas é preocupante quando o horizonte do Brasileirão coloca-se à vista.
E em meio tempo, deu tempo de Walter ir embora, dar piti, voltar e chorar. Problemas pessoais. Não quer a reserva, não gosta de dona balança. De pouco adianta ter técnica e ser bom jogador. É necessário bem mais que isso para vestir a camisa do Flu.
De craques que não deram certo – muitas vezes por culpa deles mesmos – a história completa seu álbum de figurinhas. Walter não joga mais pelo Flu? O gordinho deita, mas não rola. E, com o mico na mão, o Flu não consegue repassar sem tomar um prejuízo ainda maior.
De fato, não dá para pagar para alguém trocar os biscoitos por bolachas. Ir respirar novos ares sem que haja qualquer tipo de ressarcimento. O Flu não pode bravatear nesse caso. Doenças e problemas devem ser tratadas com humanidade. Desrespeito a uma instituição centenária é caso diferente.
Que venha o domingo. Que se redimam. E cheguem a um acordo. Menos peso, mais gols. E vitórias, é do que nos alimentamos. Que tenhamos uma intrépida trupe de Drubscky em campo. Ou que Drubsky traga o trombone para a sala, com toque afinado contra o rival. Daí, nem os biscoitos recheados serão problema.
Panorama Tricolor
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