O Fluminense fez um mau primeiro tempo. Sofreu logo um gol que decorreu de um forte chute espalmado para a frente da área que André Lima aproveitou com oportunismo, mas nem isso melhorou a equipe. Bem abaixo que vinha produzindo, mesmo em jogos que perdera.
A ausência de Jean contribuiu para isso, uma vez que, com Edson e Pierre, o time não tinha qualidade na saída de bola para o ataque. Gilson Kleina, sabedor disso, impôs forte marcação dentro de seu próprio campo, não permitindo que o Flu tramasse qualquer jogada com liberdade. Impedindo os volantes de saírem para o jogo, e com os laterais preocupados com os avanços de jogadores adversários postados nas laterais ofensivas, a saída de jogo passou a ser realizada pelos zagueiros.
Na base dos chutões, sem opções, e com muitos erros de passe, o Tricolor foi surpreendido pelo Avaí, que jogava e não deixava jogar. Tanto é que o Flu teve apenas duas chances durante todo o primeiro tempo. Numa falta cobrada por R10 e num lance perdido sob o travessão por Marlon, após falha do goleiro Diego.
O Tricolor voltou com Cícero no lugar de Breno Lopes e pareceu mais incisivo no começo da segunda etapa. Pelo menos chegava com mais perigo à área adversária, ainda que sem grandes oportunidades de gol. Mas essa pseudo melhora não se revelou efetiva. A entrada de Cícero seria uma medida acertada, mas no lugar de Pierre, cuja presença em campo tornava o Flu mais defensivo, ou menos arrojado, na medida em que enfrentava um adversário inferior tecnicamente e mal na tabela.
Assim, a partir dos quinze minutos, o quadro se revelou igual ao do primeiro tempo, com o Flu sem saber o que fazer com a bola e o Avaí controlando bem o jogo paa sair nos contra-ataques.
Lá pelos trinta, Enderson corrigiu seu equívoco tático e sacou Pierre para a entrada de Lucas Gomes. A troca talvez tivesse dado resultado se tivesse ocorrido no intervalo, ou mesmo se essa fosse a opção inicial do treinador tricolor para encarar um time que vai mal das pernas no campeonato e que só havia vencido duas vezes em seus domínios.
O time, apesar de ter demorado um pouco para sentir a mudança, teve nova cara. Os dez minutos finais do jogo foram os melhores do Fluminense na partida. Num deles, R10 colocou bola açucarada para Marcos Junio finalizar com grande perigo. Noutro, Edson, depois de um córner de R10, cabeceou rente à trave esquerda de Diego, que apenas observou. No lance anterior, em outro córner, R10, obrigara o arqueiro catarinense a grande defesa, pondo a bola para a linha de fundo. Aliás, o novo gaúcho tricolor, apesar de muito bem marcado e pouco acionado, participou efetivamente dos principais momentos de perigo do Flu. Qualidade de que não se pode prescindir.
Pena que nenhuma dessas bolas entrou. O empate não seria um bom resultado, mas premiaria a enorne torcida tricolor na Ressacada e nos daria ao menos um ponto, importante num campeonato tão disputado.
Neste momento, ressuscito um velho jargão do futebol, o “nó tático”. Hoje Kleina deu um verdadeiro “nó tático” em Enderson, que só entendeu como desatá-lo quando já era tarde demais. Um time como o Fluminense, que tem R10 em campo, não pode sobreviver de chutões, nem ter receio de enfrentar qualquer adversário, ainda que na casa alheia.
Panorama Tricolor
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