Não havia clima para mais nada neste ano em termos de futebol, mas o espetáculo tinha que continuar. Mesmo que fosse trash.
Antes do jogo, conversei com o Gonzalez e palpitei a vitória. Era a cara do Fluminense vencer num jogo em que já não tinha qualquer compromisso que não fosse honrar a camisa. E, talvez, dar uma prejudicadinha em quem nos tarrou 1992.
Podia ter vencido, mas não com uma exibição coletiva minimamente razoável, porque esta não houve – excetuando-se bons momentos de Douglas e Edson, além da seriedade de Nogueira -, mas sim por lances como o chute na trave realizado por Wellington, depois finalizado assustadoramente pelo MJ. E, claro, o pênalti desperdiçado por Richarlisson. O Inter estava em estágio terminal, que se confirmou ao término da partida.
Este 2016 termina com mais um desempenho pífio do Flu. É preciso mudar muita coisa, mesmo sabendo que nada será fácil, a começar pelos inacreditáveis contratos de alguns jogadores. Mas as dificuldades estão aí para serem superadas. O que não pode é se achar que meio de tabela para baixo é nosso lugar.
Reitero minha confiança como eleitor na nova gestão do clube, arejada com inúmeros quadros de grande qualidade, além do diálogo e da construção coletiva. Não posso esperar outra coisa. No entanto, não creio que qualquer tricolor que tenha visto esta partida 38 possa ter terminado seu ano de forma satisfatória. E para se construir é preciso reconhecer falhas e deficiências, utilizando inteligência e criatividade. Poderia falar de muitas, mas resumirei meu comentário com um único nome: Henrique Dourado. Absolutamente nada contra a pessoa, mas o jogador em campo é um sinal claro da necessidade de mudança do Fluminense em campo, para melhor. Ah, quem puder não atrapalhar já ajuda bastante.
Por fim, o que carrego hoje é uma lição vinda do outro lado, pelo nosso adversário deste domingo. O Inter tem títulos internacionais, um dos melhores estádios do continente, cem mil sócios, uma torcida apaixonada e uma história monumental. Nada disso serviu para impedir seu rebaixamento depois de uma campanha pavorosa. A construção precisa ser permanente e em todas as direções, incluindo a principal, que é a do gramado. Que a lição fique para todos nós, tricolores.
Interrompi brevemente as férias. Um grande abraço a todos os que nos prestigiam aqui. Semana que vem lanço os livros e volto em 2017 – ou a qualquer momento. Temos feras para reforçar ainda mais o PANORAMA. Vocês não perdem por esperar.
No mais, termos muita importância para sermos lidos e nenhuma para formar opiniões. Sem humildade, não teríamos escrito aqui dez mil páginas da literatura do Fluminense. Não caiamos no pecado da soberba, atribuindo a nós mesmos uma importância que definitivamente não temos.
A construção tem que ser permanente. Que venha um novo ano, diferente e melhor.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @pauloandel
Imagem: rap
Valeu Grande Andel!
Feliz Festas!!
Feliz ano pro Fluzao!!
Abracos da California!!
ST
Andel: Abraçaço, Rodrigo.