Antes de tudo, temos de dizer a verdade: o Carioca se trata de uma competição superada que não resolve a temporada de time grande algum em nenhuma hipótese, mas nada é tão ruim que não possa piorar, vide o regulamento desse ano – que coloca mais uma gambiarra em cima das anteriores e cria uma piada pronta.
O primeiro problema, inerente a qualquer coisa que seja regional e articulada com aspectos nacionais e de ter de se submeter a esses últimos: prazo determinado para começar e para terminar. Principalmente terminar, pois temos a influencia decisiva da Globo, que precisa de obrigatoriedade de final aqui para não ter que passar o Paulista em sua final para todo o Brasil pois ele não desempenha bem nem aqui e nem em muitos lugares país afora, mas ligados nos nossos clubes.
A lógica seria fazer um campeonato com fase de classificação em pontos corridos, playoffs e final, mas aqui simplesmente não dá. Precisamos de campeões das Taças Guanabara e Rio e os formatos, antes desse atual, deixaram essas disputas para quem não fosse disputar a fase final ou em pontos corridos. Reclamaram, realmente teríamos de voltar às disputas de turno, mas com semifinal forçando uma final, como fazer? Está aqui a gênese do monstro.
Voltamos aos dois grupos. Taça Guanabara joga dentro do grupo, Taça Rioio fora, cruzamento olímpico entre os quatro classificados na semifinais e final em jogo único, mas a beleza do regulamento que previa final direta entre esses campeões foi substituída por uma semifinal de quatro clubes. As taças passaram a valer a vaga na semifinal que poderia ser conseguida com uma das duas ou três melhores campanhas nos pontos corridos e isso gerava um segundo turno valendo absolutamente nada para quem vence o primeiro.
Vivenciamos isso em 2017. A solução imaginada era a única possível. Como a TV aberta precisa de um só jogo de semifinal para passar, quem vencer os dois turnos pode ir direto à final com as melhores campanhas fora esse clube disputando essa partida. Gera essas condições malucas de clube meio classificado, equipe que se entrega o jogo fica em situação melhor etc.
Na prática só a Globo pode resolver, de preferência acabando ou reduzindo bem a competição. O fato que me anima contudo é que em dois anos dessa fórmula os deuses do futebol vêm castigando quem brinca com o futebol e o campeão não é vencedor de turno. Em 2017 deu Taça Guanabara pro nosso Tricolor, Taça Rio pro Botafogo diante da indiferença dos adversários e final Fla x Flu, com vitória das forças do mal. Ano passado Taça Guanabara para o time da beira da Lagoa e Taça Rio para a gente com chocolate no Botafogo na final contra o Vasco, vencida de maneira espírita pelo menor dos grandes que quase não foi à semifinal geral.
Que essa escrita prevaleça. Nossa chance aumenta muito. ST.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
#credibilidade