* Passado o carnaval, restam as cinzas. Ainda em ritmo de ressaca a diretoria resolveu não levar tão a sério o Carioquinha e poupou jogadores. Não consigo entender isso direito. Não tínhamos qualquer outro compromisso importante para jogar com reservas. E depois, sempre a mesma história: fulano ainda não adquiriu a forma, falta ritmo a sicrano e por aí vai. Mas, ora, como entrar em forma sem jogar? Como pegar ritmo de jogo estando fora dele?
* Gênios bestiais do futebol. Aqueles que esperam a reeleição – mais que sabida – do presidente da Ferj, para então lhe fazer oposição. Há muito jogo de cena nos bastidores do futebol, em especial o carioca. Dribladores de respostas e craques em meias palavras desfilam sua habilidade nos diversos níveis da administração do ludopédio do Rio. Falta transparência e pouco se cobra a respeito. Fora das quatro linhas acontece o que acaba com o sonho que vive dentro delas.
* A imprensa, mais marrom do que nunca. Como gostam os jornalistas de agredir gratuitamente o Fluminense. O que dizer da reportagem da Uol? O sujeito dá uma aula de mau jornalismo ao manchetear uma matéria sobre pó de arroz com uma insinuação racista atribuída ao Fluminense. O mal é que a patuleia compra a história, no melhor estilo “uma mentira repetida mil vezes vira verdade”. Nós usamos o pó de arroz para festejar, ao passo que a imprensa, para maquiar a verdade.
* O Fred virou evangélico. De fato é inusitado, por conta da fama pregressa do atacante. Todavia, há limites que a imprensa insiste em não respeitar. É uma má-vontade sem tamanho com o atacante do Flu, além de um enorme desrespeito. Qual a intenção de ridicularizar o centroavante chamando ironicamente de “irmão Fred”? Se fosse em qualquer outro caso, haveria uma repercussão em respeito ao direito de escolha a religião. Como futebol na imprensa é quase uma filial do inferno, fica por isso mesmo. Que deus nos ajude!
* Pouca coisa anda menos animada que o início do ano do futebol. Estádios vazios, ingressos caros, gramados sofríveis e qualidade cada vez pior dos espetáculos. A Globo finge que está tudo bem tentando vender um produto que não existe. Pena que não conseguem ver que o “modelo de negócio” que a tevê impõe é o que mata aos poucos sua própria galinha dos ovos de ouro.
* Como sou do mundo do samba, não poderia deixar de fazer o registro. Lamentável o desfile da minha Vila Isabel. Poucas vezes fiquei com tanta vergonha na vida. Um desrespeito a uma comunidade aguerrida e que não merecia ver a azul e branco nessa situação. Como cereja do bolo, a vergonha se completou na apuração, em que até nota máxima em alegoria a escola levou. Uma covardia dos jurados para com a Império da Tijuca, dona de um dos desfiles mais empolgantes e corretos de todo o carnaval. Parece que a cartolagem do futebol aprende na mesma cartilha que os do mundo do samba.
Panorama Tricolor
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