Sobre o balanço do segundo trimestre do Fluminense (por Márcio Machado)

Vamos falar das contas do Fluminense, do balanço do segundo trimestre do clube.

Ok, inegavelmente há alguns aspectos positivos. Porém, é preciso entender o quanto estes são positivos e qual a sustentabilidade do contexto no tempo.

Para início de conversa, registrou-se uma suave redução do passivo total do clube, focada em impostos, acordos trabalhistas e outros problemas de curto prazo.

Apesar disso, a liquidez corrente de nosso Fluminense está mais negativa que há um ano atrás, em cerca de 40 milhões. Isto é, a necessidade de caixa continua iminente e a insolvência continua nos rondando.

Quase 300 milhões terão de aparecer no espaço de um ano para pagamento de todos os compromissos. Isso acarretará mais dívidas bancárias e mais inadimplência à frente. Não tem milagre.

Contudo, houve milagre em campo ano passado: fomos à Libertadores sem merecer muito e isso representou um bom impulso nas verbas de direitos de transmissão e premiações, além de ajudar no preenchimento das vagas de patrocínio na camisa e no sócio torcedor.

Teve milagre na categoria de base com o time campeão brasileiro sub-17 e a venda dos dois garotos a bons valores para o City Football Group.

Os dois fatores acima explicam o superávit do período, mas não mostram o quanto poderia ter sido melhor.

Está nas entrelinhas da despesa dos Esportes Olímpicos, onde o nosso presidente fã de literatura francesa tem muito voto, dobrou. Dobrou!

Está no crescimento de 30% de folha salarial do time, sem crescimento minimamente compatível de qualidade,

Por fim, está de forma inapelável na falta de sustentabilidade disso tudo.

Um superávit advindo de situações circunstanciais, e que não é aproveitado para criar chances reais de que ocorra com regularidade, é um alívio temporário e uma bomba relógio armada para o futuro, tendo em vista as despesas crescendo e a receita provavelmente não acompanhando ano que vem.

A despeito do discurso, tudo indica que essa gestão entrega um Fluminense ainda mais combalido e com muito vazamento de dinheiro, para si próprio ou para a oposição em 2023.

Que seja para a oposição. O nosso futuro precisa. ST.