As notícias que saem de dentro do Fluminense, apesar dos esforços da nada transparente gestão do clube em escondê-las, são de embrulhar o estômago de quem ama de verdade o clube. Apenas quem é sustentado financeiramente, de forma direta ou indireta pela gestão ou é vítima do bem sucedido marketing da ala política que domina o clube pode levar o que está acontecendo sem se aborrecer.
Essas coisas causam ainda mais aborrecimento àqueles que têm um pouco mais de envolvimento no dia-a-dia do clube em função da sua paixão. Eu mesmo, enquanto colecionador de antiguidades do clube, colunista do PANORAMA e comentarista dos programas da casa, preciso ler, falar e escrever sobre essas transações tenebrosas com um desânimo terrível.
Sem dúvidas seria bem mais fácil me ater apenas ao “campo e bola”, onde, por mais que a situação ainda seja difícil, ainda são 22 homens e uma bola em campo. Infelizmente não é o meu caso, mas gênios inesquecíveis da crônica esportiva construíram carreiras brilhantes destrinchando as histórias e dramas das partidas de futebol e seus personagens.
Voltando aos temas indigestos, já estávamos acompanhando a inacreditável e nada transparente venda do jogador Kayky Almeida, que tinha uma cláusula de rescisão contratual de 50 milhões de euros e foi vendido por apenas 2% desse valor sem qualquer explicação do clube… Esta semana recebemos a notícia da venda do excelente jogador Evanilson por 35 milhões de euros do Porto de Portugal para o Bournemouth da Inglaterra.
O caso do Evanilson é um absoluto escândalo. Foi jogador que passou pela nossa base, chegou ao time principal e saiu do Fluminense praticamente de graça, em uma transação que chegou até a fazer parte de uma investigação do Ministério Público. Hoje Evanilson, de apenas 24 anos, é jogador da Seleção Brasileira, jogará na Premier League e o Fluminense, ao que parece, vai faturar pouco ou nada com a transação.
O pior é que acompanhamos todas essas coisas e, em paralelo, começamos a ler histórias de dentro do clube sobre a crescente dificuldade em pagar os salários. Junte completo descontrole das despesas com salários acima de 500 mil reais para jogadores veteranos inúteis, compras de jogadores duvidosos e as vendas de jogadores jovens de maneira irresponsável e temos esta situação pré-falimentar do clube.
A dívida do Fluminense se aproxima de 800 milhões de reais segundo o pouco confiável balanço, e continuará crescendo descontroladamente devido à maneira irresponsável que o clube tem sido gerido pelas últimas administrações e pela permissividade dos órgãos de controle do clube, que parecem estar organizados para atender aos interesses da administração e não aos interesses do Fluminense como instituição.
Aqueles que causam prejuízo financeiro repetidamente ao clube por má gestão são os mesmos que querem apresentar a mágica solução da SAF, talvez como forma de se perpetuar no poder. Você confiaria nas pessoas da atual administração para tocar este projeto? Eu não confio.
Torço mesmo para que dentro de campo o time melhore e volte a conquistar vitórias, para que possamos, mesmo que por pouco tempo, esquecer as misérias de dentro do clube.
Que vença o Fluminense!