Apenas questão de coerência (por Paulo-Roberto Andel)

A pavorosa atuação do Fluminense em Goiânia diante do Atlético local não pode – e nem deve – ser encoberta pelo erro grotesco de arbitragem no lance que provocou a derrota.

Contudo, aos que acham que não interessa a irregularidade clamorosa ser discutida, dado que o Flu jogou muito mal, sugiro sinceramente que também esqueçam de um dos momentos mais terríveis da arbitragem contra o Fluminense na história: a final da Copa do Brasil de 1992, um fantasma que só foi suavizado ano passado com a semifinal da Libertadores.

Naquela tarde-noite de quase 32 anos atrás, a infeliz arbitragem do falecido José Aparecido de Oliveira colocou o Fluminense numa decepção profunda de sete anos sem títulos, à época.

Perdemos com um pênalti que jamais existiu. Uma fraude. Um escárnio.

No entanto, para os de boa memória, aquela foi uma das piores atuações do Fluminense em décadas. Acuado, encolhido, incapaz de trocar três passes, o Flu foi massacrado pelo time colorado o tempo todo, mas o gol do mandante só saiu numa jogada escandalosamente irregular nos minutos finais.

Afinal, a péssima atuação do Fluminense na final de 1992 apaga o erro crasso do falecido árbitro? Não. De forma alguma.

É o mesmo caso deste domingo em Goiânia.

As circunstâncias são diferentes, lógico, mas o enredo segue o mesmo caminho.

O que não dá é lamentar aquele dia de 32 anos atrás e relativizar o dia de hoje.

É apenas uma questão de coerência.

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À essa altura dos fatos, é difícil prever exatamente o que vem pela frente e o que se passa neste momento.

Depois de uma boa partida contra o Botafogo, perdida pela irresponsabilidade de Felipe M., o Fluminense teve duas atuações desastrosas seguidas. E agora faz um jogo de vida ou morte contra o Cruzeiro.

Rolem os dados.

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É difícil entender o que se passa na cabeça das pessoas, ainda mais quando se trata de futebol, tema que quase sempre se espatifa em passionalidade.

Alguns, mais passionais do que a média, demonstram ódio a cronistas, jornalistas e comentaristas que, com suas críticas, possam ter “cavado” a demissão de Fernando Diniz do Fluminense.

Trata-se de equívoco crasso.

Diniz não foi demitido do Fluminense porque ganhou a Libertadores e a Recopa.

Na verdade, sua rescisão ocorrida em junho passado se deu porque o Fluminense era o lanterna do Campeonato Brasileiro, com uma arroba de derrotas.

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Uma SAF nas mãos do atual presidente do Fluminense equivale a uma tocha nas mãos de Nero, o imperador.

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