Daqui a pouco tem jogão, menos pelo campeonato e mais pelo simbolismo.
Desde criança tive respeito pelo São Paulo. Foi o primeiro time de meu pai, quando criança. Já veio para o Rio tricolor e foi assim até o fim.
Eu lembro de 1980. Fomos campeões e eles também. Tinham um timaço: Waldir Peres, Oscar, Darío Pereyra, Marinho Chagas, Renato, Paulo Cesar, Serginho, Zé Sérgio – um monstro.
Em 1987 eles nos tiraram do Brasileiro, jogo conturbado no Morumbi. No mesmo ano e na Copa União, perdemos por 2 a 1 – foi a última vez que estive com meu pai no Maracanã, embora não tivéssemos visto o jogo juntos.
Antes teve a festa da reabertura das Laranjeiras em 1986, que saudade! E Falcão, um dos maiores de todos os tempos, quase veio pro Flu mas acabou no São Paulo.
Para qualquer tricolor, o maior jogo do clássico foi o 3 a 1 de 2008, justamente o dia da morte do meu pai. Um dos maiores jogos de todos os tempos. Agora, dá para entender porque todo mundo tirou o peso das costas em 2008 mas eu não? É impossível.
Pouco tempo depois da final contra a LDU, teve um Fluminense x São Paulo pelo Brasileirão. Vazio. O Fluminense no buraco. Tudo diferente do glamour da Libertadores. Eu fui porque, seguindo Borges, a um verdadeiro cavalheiro só interessam causas perdidas. Fui, vi, venci. Flu 3 a 1, com as maravilhosas torres gêmeas, Washington e Somália – que adorava falar de sua metrossexualidade em entrevistas.
Getúlio veio do São Paulo e foi campeão, mas não barrou Aldo. Sidnei foi titular nos 2000 e depois casou com a Cristiana Oliveira. Leandro Guerreiro honrou a camisa dos dois clubes. Marinho Chagas foi craque nos dois também. Telê Santana é um patrimônio eterno de Álvaro Chaves e Giovanni Gronchi. Romário deu um soco em Andrei quando levamos de 6 a 0 (e depois teve que fugir). Roger Flores fez um gol de placa do meio de campo em cima de Rogério Ceni. Edinho fez dois gols de falta num mesmo jogo. Ainda teve os 4 a 1 em Barueri que nos abriram a porta do título brasileiro de 2010, 26 anos depois do último.
Lembra do gol de placa do Walter no Fluminense 5 a 2 São Paulo de 2014?
Com tudo isso, sabemos que o jogo de daqui a pouco pode até não ser grande coisa para este Brasileiro, mas tem uma senhora história feita de muitas histórias, pois.
Ah, meu pai…