Todo mundo já deve ter ouvindo a seguinte frase: “A felicidade está nos pequenos detalhes”. Tudo bem vai… A frase é meio clichê, meio “comercial de margarina”, mas se encaixa perfeitamente em vários momentos de nossas vidas.
Tenho 34 anos e desde que me entendo por gente, sou louco por futebol. Era capaz de ficar o dia inteiro jogando bola, sem almoçar, num chão de pedras portuguesas do prédio em que eu morava. Nem sei quantas vezes perdi o tampão do meu dedão do pé. Fui Flamengo (argh!) até os meus 6 anos de idade, quando graças a Deus meu grande amigo Serjão me salvou do mal. Mas isso é uma outra (e deliciosa) história que eu conto depois.
Quando meu primeiro filho nasceu em 2003, obviamente eu como todo bom tricolor sonhava com o momento de dividir esta paixão com ele. Porém, o tempo foi passando e o moleque não se apegava muito a futebol. Era videogame, computador e todas estas “nerdices” dos tempos de hoje.
Resolvi deixar pra lá. Pensava eu: “Bom, pelo menos ele não vai sofrer tanto como eu por futebol”… Bobagem! No fundo, aquilo era uma grande decepção pra mim. Aonde foi que eu errei?!?! Foi nesta hora que os “detalhes” começaram a fazer a diferença.
Em 2010 tive que mudar o Diogo de escola, e neste novo colégio a escolinha de futebol era grátis. Não pensei duas vezes e o matriculei. Era o “detalhe” que faltava.
O garoto foi tomando gosto, e se transformando num monstro! Costumamos chamá-lo de “Mini PVC”. Sabe tudo, é assustador! A ficha caiu, quando certa vez ele me perguntou: “Pai, o Fluminense já foi campeão do mundo?” Eu, meio sem graça, respondi: “Ainda não filho…” “Ué, e o título mundial de 1952?” – Respondeu ele de bate-pronto. O dever estava cumprido. Como diria aquele velho diretor da Ferrari, quando a corrida já está no papo: “Tragam as crianças para casa”.
Desde então temos sempre que possível acompanhado o Fluminense juntos. Só quem tem filho sabe o que significa este sentimento. Dividimos alegrias, tristezas, raiva, decepções, êxtases… A arquibancada prepara o cidadão para o mundo.
No ano passado, aconteceu algo indescritível. Fomos ao jogo contra o São Paulo. A partida estava muito tensa, com uma carga muito pesada devido ao risco de rebaixamento. Quando o Gum meteu aquele gol no final não aguentei e caí no choro. De repente, quando olho para o lado, ele está chorando junto comigo. Foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida.
Diogo está atualmente com 10 anos e o que me motivou a escrever este artigo vou lhes contar agora. A professora pediu para que a turma escrevesse uma redação cujo tema fosse uma partida de futebol. Até aí tudo bem, certo? Abaixo vou transcrever na íntegra a pérola do nosso campeão:
“O primeiro Fla x Flu de 2014, com a estréia de Walter pelo Fluminense e Darío Conca no time titular. O jogo foi 3 x 0 para o Fluminense com gols de Michael, Elivélton e adivinha quem, Walter: o gordinho tricolor.
O gol do Walter foi assim: Diego Cavalieri dá um chutão, o zagueiro tira para a lateral, Chiquinho ganha na corrida, cruza, Walter!! Gollllllll!! Do Fluminense, Walter faz a goleada tricolor!
Depois do jogo os torcedores gritaram: Ão ão ão, eles deveriam estar na 2ª divisão. Mas é verdade deveriam mesmo, eles pagaram para um time para fazer a mesma coisa que ele e ser rebaixado no lugar do Framengo. (sim, ele escreveu FRAMENGO)
Tenho pena de quem acha que o futebol é apenas um jogo.
Vida longa ao futebol, vida longa ao Fluminense.
Eu te amo, meu filho!
S.T.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
Camarada, maravilha o texto. O Diogão já é o “Pequeno Monstro” do esporte bretão. Joga bola até com a parede. Agora quero ver o Tiago. O nosso Alfalfa tupiniquim.
Beijo
Muito legal sua história, Eu tenho 51 anos e vivi esta história com o meu Paulo Vitor. Sim, dei este nome ao meru rebento. Vivi muitos jogos com meu filho e foi numa época difícil para qualquer torcedor do Flu. Fico feliz pois fica garantida a perpetuação do Fluminense Foot ball Club.
Saudações Tricolores.
Que foda dar o nome do seu filho de Paulo Vítor!
Quando eu comprar um cachorro, vou dar o nome dele de Conca.
Parabéns pela sua história. Você deve ter entendido muito bem o meu sentimento.
ST!!
Boa, Pedro!
Essa sensação de “dever cumprido” deve ser ótima.
Parabéns, pra tu e ao Diogo.
ST!
Valeu Robson!
Abraços!
Muito legal a história!
2008 foi marcante pra mim. Meu pai foi em todos os jogos da libertadores e alguns comigo. Na final infelizmente ficamos sem ingresso por alguns metros. Ainda assim um amigo arranjou um ingresso para meu pai 3 dias antes da partida e ele recusou, pois não iria sem mim. Numa cagada conseguiu ingresso 2 dias antes do jogo nas cadeiras azuis, onde eu com apenas 10 anos poderia entrar de graça. Mesmo sem o título aquele dia foi inesquecível. Pai te devo uma! Fluminense S2
Que bom que seu pai te ensinou esse amor!
Meu pai nunca gostou de futebol. Só minha mãe (e a família toda dela), que é Flamengo.
Ah, nossos textos acabaram se completando. Muito legal?
É verdade, pura coincidência!
O seu está muito bom, parabéns!!
Ele quando tiver filhos irá falar desses momentos. Assim faço até hoje com meu pai. Espero um dia ter filhos e também poder passar por essa emoção. Parabéns!
Lindo!!!!! Amei!!!
Valeu Pedro,
meu moleque também tem 10 e despertou para o futebol na fuga de alcatraz 2009, de lá para cá, está cada vez mais boleiro e tricolor, é indescritível o sentimento compartilhado e a camaradagem que nos une nas vitórias e derrotas.
Pena o FFC não dar o devido valor para sua torcida, se desse, teríamos plantado várias sementes nos últimos dez anos.
ST
Pois é!
O problema agora é quando perdemos, fico mais triste com a tristeza dele do que com o Fluminense em si.