Amigos, amigas, poucas vezes eu vi, se é que vi, na minha vida um jogador entrar no intervalo e mudar completamente a trajetória de uma partida. Foi o que fez Lelê na tarde deste sábado, na estreia do Fluminense no Campeonato Brasileiro, cujo título deve, desde já, ser objeto de cobiça.
Diniz poupou alguns jogadores, entre eles Marcelo (que nem viajou) e Árias (que ficou no banco). Restava de consolo a presença de Ganso entre os titulares, o que sugeria que poderíamos desenvolver nosso modelo de jogo ante o incômodo América, do sempre intragável Mancini.
Começou a partida e o América encurralou o Fluminense em seu campo, não sem que antes disso, com um minuto de jogo, Pirani tivesse perdido gol feito após grande jogada de JK, que era a grande novidade na equipe.
Entre erros e acertos, JK acabou fazendo partida significativa, assinalando, inclusive, o segundo gol, com assistência dele, Lelê, o nome do jogo.
Voltando, porém, ao primeiro tempo, o América, que é um adversário bem indigesto, não deu um minuto de conforto ao Fluminense, marcando individualmente a nossa saída de bola.
Mesmo que tal escolha inspirasse bolas longas para o ataque, o Fluminense não abriu mão de sair com a bola desde sua defesa, tocando de pé em pé. O problema é que a bola frequentemente caía nos pés dos adversários.
Mesmo sem criar mais do que uma ou duas grandes oportunidades de gol, o América teve o mérito de desmoronar nosso modelo, saindo para o intervalo com a promessa de um segundo tempo consagrador.
Ledo engano. Diniz voltou com Lelê no lugar de Pirani, que fazia partida ruim. Foi o que bastou para a incrível reviravolta na partida. O Fluminense tinha, agora, três artilheiros em campo: Jhon Kennedy, Cano e Lelê. Mais do que isso, tinha a receita para demolir a ideia de jogo de Mancini.
O América veio cheio de vontade para cima do Flu, caindo fácil na armadilha de Diniz. Com muito espaço para contra-atacar, Lelê tomou conta do jogo. Com menos de três minutos deixou JK na cara do gol. O atacante foi derrubado. Pênalti, que Cano perdeu.
No lance seguinte, Samuel Xavier arrancou de fora para dentro e encontrou Cano livre. Dessa vez, o demônio argentino não perdoou. Deixou o goleiro pelo caminho e empurrou para o gol vazio. Aos 14 minutos, Lelê fez jogada de craque, arrancou pela direita e atravessou a bola para JK, livre, mandar no canto esquerdo, ampliando.
Aliás, por falar em Samuel Xavier, o lateral meteu bola de Ganso para JK perder o terceiro cara a cara com o goleiro. Cano quase marcou mais um aos 25 minutos em mais uma trama diabólica do ataque cheio de artilheiros tricolor. Mas, no minuto seguinte, como a tarde era de Lelê, o novo craque tricolor fez jogada individual e se livrou dos defensores como se eles não existissem para fuzilar no canto direito, marcando um golaço.
JK quase marcou o quarto de cabeça, com o América, um excelente time, completamente baratinado, sem saber mais o que fazer em campo. Depois disso, Diniz fez muitas substituições e o Fluminense, embora ainda perigoso nos contragolpes, acabou mais acomodado na defesa.
Para quem acha que o Fluminense não tem elenco para disputar o Brasileiro, o que se viu hoje foi uma resposta contundente. O Fluminense tem e vai brigar por esse e por todos os títulos.
Saudações Tricolores!