Amigos, amigas, tenho visto com satisfação as recorrentes notícias de prorrogação de contratos com vários jogadores de Xerém, com validades que vão até 2023 e até 2024.
É um movimento que precisa ainda ser explicado, mas que sugere, ao mesmo tempo, duas estratégias:
- retenção de talentos com boas propostas salariais;
- um projeto futebolístico com foco no médio prazo.
Inclusive, os contratos extrapolam o mandato da atual gestão, o que sugere um planejamento futebolístico, e não político, o que seria, caso confirmado, um passo digno de aplausos.
Imagino que jogadores como Arthur, Wallace, Matheus Martins e outros, tenham recebido propostas realmente sedutoras, tanto do ponto de vista salarial, quanto do ponto de vista de um projeto futebolístico.
Calma! Tudo aqui é especulação. Apenas e tão somente especulação, mas feita com a honestidade de quem tem restrições à atual gestão, mas também de quem deseja arduamente ter somente razões para exaltá-la, porque decisões acertadas e um bom projeto são bons para o Fluminense.
Não lembro se cheguei a escrever isso aqui no Panorama, mas a minha ideia era exatamente a de direcionar o investimento do clube para a retenção desses jogadores, oferecendo salários que os valorizem, levando-se em conta o potencial de geração de retorno esportivo e econômico que eles representam.
Aceito, inclusive, que o Fluminense, nessas negociações, aceite abrir mão de parte dos seus direitos em favor de quem quer que seja, contanto que o clube não fique exposto a perder 100% da receita com transferência, como ocorre com Marcos Paulo, ou que fique reduzido de 100% para 30%, como aconteceu com Evanilson.
Vale a pena, muitas vezes, abrir mão dos dedos para preservar a mão, contanto que o propósito seja honesto e voltado para trazer benefícios econômicos, esportivos e financeiros para o Fluminense.
O que não me agrada é a situação de Miguel, sobretudo quando anunciam aos quatro cantos, por meio da tropa de ressonância das redes sociais, como tudo que teve a ver com esse caso, que o clube tem medo de perdê-lo de graça e, por isso, precisa dar visibilidade imediata para uma venda açodada.
Pelo que entendi, basta o Fluminense chamar o jogador para conversar, mostrar sua importância para o clube, fazer uma proposta digna, que contemple sua imensa qualidade, e mostrar um projeto em que ele seja uma peça importante.
É o que deduzi de tudo que li e ouvi, exceto por essa história de que há preocupação de que Miguel saia de graça, quando seu contrato termina somente no ano que vem. A impressão que fica é de que a venda já foi feita – e muito mal feita – e é preciso justificá-la.
Não será justificada de forma alguma, pois Miguel já pedia passagem com Diniz, apareceu muito bem no Flamengão do ano passado, enquanto Odair Hellmans não o escalara para jogar de centroavante, e ficou um ano e meio praticamente sem ter oportunidades.
Sempre será uma história mal explicada, exceto algo aconteça que nos faça pensar o contrário.
Quanto às movimentações no mercado para a temporada já em curso, não vejo como desastrosa a permanência de Hudson, a contratação do lateral do Ceará e do volante reserva do Atlhético PR.
Corremos o risco – um ótimo risco, por sinal – de ter que disputar três competições importante paralelamente, e isso nos impõe ter um elenco robusto, mesmo que não sejam peças de primeira linha no âmbito do futebol brasileiro.
Até porque seria uma loucura expandir a folha de pagamento com contratações bombásticas. É preciso que se busque um equilíbrio entre um projeto esportivo realista, geração de receitas e redução substancial da dívida.
Pode parecer exigir demais de uma conjuntura como a atual, mas não é, partindo-se do princípio que, olhando as multas rescisórias dos nossos ativos futebolísticos, temos um potencial de geração de caixa, no médio prazo, que pode chegar à casa do bilhão.
Não é nenhum delírio o que estou dizendo. É só fazer a conta. O problema é o pessoal perder a direção e sacrificar o bom senso, pensando de forma megalomaníaca, como já aconteceu entre 2014 e 2016, o que está nos custando caro até hoje.
Não houve receita naquele período que não houvesse se tornado mal investimento ou asfixia do fluxo de caixa tricolor. Aliás, falar em investimento é quase que um mimo. Houve foi temeridade mesmo. E é isso que nós não queremos que aconteça.
Quanto mais fortes formos financeiramente, maior será nosso poder de barganha na hora de negociar a venda de nossos ativos. Maior será, consequentemente, o nosso poder de retenção dos mesmos e de projetar grandes campanhas, títulos, engajamento da torcida e atração de investimentos.
Nada disso dispensa um processo maduro e consciente de transformação do atual modelo organizacional do clube, pois ele é uma janela aberta para o retrocesso, mesmo que Mário não confirme nossos piores prognósticos e meus piores temores. Mesmo que Mário faça tudo que eu não esperava que ele fizesse.
Se tem uma coisa que eu prezo nas minhas análises é a honestidade, mesmo que em determinados momentos essa característica seja encarada como sendo o contrário por aqueles que são incapazes de reconhecer honestidade em quem não reza e professa sua cartilha.
Meu medo de uma gestão Mário Bittencourt era coisa de eu me meter embaixo da cama por três anos e meio e só sair para ver o tamanho do estrago, e o começo só reforçou essa sensação.
Felizmente, no entanto, mas isso ainda não me conforta, vejo um sinal verde no horizonte, verde da esperança mesmo, mas não com base em dogmas ou fanatismo, mas com base nos fatos, que é o que deve orientar a atividade de um jornalista, que é a minha profissão.
O que eu posso prometer é me manter alerta, analisando os fatos com a frieza que a paixão permite.
Vamos aguardar os próximos passos, as contratações, a consolidação do elenco, as opções táticas de Roger, suas escolhas individuais e a produtividade da equipe em campo, com ou sem as vitórias nessa fase inicial, que é o que menos importa.
E vamos continuar defendendo, até que nos apresentem um argumento que não seja pueril e patético, como os que nos foram apresentados até agora, o projeto do Flu 2021 para a restauração e reativação das Laranjeiras como casa do Fluminense para boa parte dos jogos nos próximos anos, com match day lucrativo em todos os eventos futebolísticos nos quais o clube seja mandante.
Saudações Tricolores!
….parâmetro de PLANEJAMENTO FINANCEIRO pois as premiações são feitas de acordo com as colocações obtidas. Isto é muito importante para não acontecer aquela bagunça do período 2014/2016. É claro que eles ( Diretoria ) querem ser Campeões assim como nós torcedores. E que isto comece a acontecer com uma boa Vitória no domingo com gols de John Kennedy de centroavante. ST
COERÊNCIA: uma presença constante nos seus comentários ! É necessário registrar o que de Bom e de Ruim está acontecendo: Mário “pavão” Bittencourt cometeu vários erros ( quem nunca ? ), mas também tem alguns acertos na sua administração; a renegociação da venda do João Pedro e, principalmente, a renovação dos contratos dos jogadores bons de bola da Base. Quero também registrar que não concordo quando criticam a Direção falando que a Administração fica satisfeita com décimo lugar no Brasileirão e semifinais de carioca; entendi que estas posições foram colocadas para ter um parâmetro de…
COERÊNCIA: é o que sempre vemos nos seus comentários; Mário “pavão” Bittencourt já cometeu vários erros ( quem nunca ? ), mas também tem alguns bons acertos ( como estas renovações de Contratos da garotada boa da base ) e a própria modificação do contrato de venda do João Pedro. Gostaria de pontuar aqui a acusação de falta de ambição ao colocar no planejamento FINANCEIRO décimo lugar no Brasileirão e semifinais do carioca ( flamengão ). No meu ponto de vista foi simplesmente um balizador financeiro visando permitir um planejamento com bases reais e não quimeras como no período 2014/2016…