Além da morte (por Márcio Machado)

Escrevo hoje sobre a morte do ex- presidente do Vasco Eurico Miranda. Não parece assunto para essa pagina dedicada ao Fluminense, mas entendo que sim, pelas reflexões necessárias ao nosso passado, presente e futuro.

O passado marcado pelas confusões com rebaixamento e acesso a divisões no campeonato brasileiro nos anos 1990, onde o Fluminense é a maior vitima, pois é difamado basicamente todos os dias, faz parte deste pacote. Eurico nos diz ter ajudado não sei onde e a torcida deles, enterrada no passado, como abordarei daqui a pouco, fica ‘cobrando‘ isso da gente. Não é admissível e decorre de gestões amadoras e irresponsáveis financeiramente, como a atual, que não podem mais ser aceitas pelo sócio do Fluminense.

Tudo reflete no presente deles, onde seu atual presidente foi médico da gestão anterior e trabalha com relativo sucesso dentro do possível que é o estadual que, ao contrário do que o Savioli costuma dizer na excelente coluna dele, foi mais Vascão 2019 que Flamengão. O fim do jogo passado demonstra bem isso, mas não importa: relevante é o amor do vascaíno. Não entendem de futebol nem de seus bastidores como o falecido. A nossa solução precisa ter outros caminhos.

O futuro deles parece ser triste, preso a esse tipo de gestão, com o ‘respeito’ voltando em estaduais invictos jogando com 16 e crianças de colo correndo para a Sibéria, fugindo de recorrentes vergonhas no Brasil, onde não apitam mais, com processos eleitorais confusos e decadência irreversível. Por ora estamos no mesmo barco, mas não precisamos seguir nele necessariamente. Institucionalmente somos bem mais evoluídos: quando isso representar escolhas de gestão eficientes será ainda melhor, só depende de nós mesmos.

Por tudo isso, concluo que a morte desse senhor tem de ir além da morte dele em si. Se representar o fim deste estilo de gestão no futebol brasileiro, teremos um grande avanço que já ocorreu em muitos clubes no pais e precisa chegar enfim ao nosso Tricolor.

ST

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