Amigos, amigas, não tenho a menor dúvida de que, como eu, todos assistiram atônitos à exibição do Fluminense na noite de ontem contra o Goiás.
Antes do jogo, diante da escalação proposta por Marcão, eu só conseguia conceber um final desolador para um agradável domingo de churrasco, boa comida, boa música e aquela interminável sessão de jogos do Campeonato Brasileiro.
Começa o jogo e o Goiás é melhor, quase abre o marcador. Foram 13 minutos em que parecia que meus receios nada tinham de infundados. Até que Hudson se atira ao campo de ataque, ganha a jogada do adversário e rola para a área. Fred pega meio sem jeito e mesmo assim obriga o goleiro do Goiás a fazer grande defesa junto à trave esquerda.
Uma pausa!
Hudson chegando pela direita, nas costas do lateral adversário. Eu já tinha visto essa cena antes, até mesmo com Yuri. E é aí que a gente consegue achar um fio condutor para tentar explicar o que aconteceu na noite de ontem.
Em que pesem todas as críticas às peças utilizadas, Marcão teve o mérito de resgatar fundamentos táticos da Era Odair Helmmans. Período em que o Fluminense fazia um 4-2-3-1 equilibrado e em que os volantes chegavam ao ataque pelos lados, dando amplitude ao jogo e desequilibrando as marcações adversárias.
Abrimos a contagem com o excelente Nino, em lance de bola parada. O que nos leva a outro fator importante, que é o fato de termos levado a campo nossa melhor dupla de zaga, com Nino pela direita e Claro pela esquerda.
O segundo gol é uma obra prima de Martinelli, mais uma vez em consequência de um escanteio, que a zaga do Goiás afastou. Mérito todo, claro, para nosso jovem volante, que vem se destacando pela personalidade, mais até do que por seu desempenho técnico.
No terceiro gol, Egídio, pasmem, faz bela jogada junto à linha de fundo, atrai dois marcadores e encontra Martinelli passando mais por dentro. Martinelli teve toda liberdade para invadir a área e soltar a bomba. A bola desviou no goleiro e entrou.
Entra aí outra questão, que foi o péssimo desempenho tático do Goiás, que acabou sendo presa fácil para a nossa ideia de jogo. O Goias esperava outro jogo, o mesmo que nós, de um adversário lento e previsível. Não foi o que aconteceu e a marcação esmeraldina perdeu completamente o rumo.
Voltemos, então para o esquema claro de Marcão. No 4-2-3-1 os volantes se espelhavam, fazendo a mesma função, o que é, no meu entendimento, fundamental nesse esquema, pois ambos precisam entrar no campo adversário e dar opções de triangulações por dentro e pelos lados.
Esse 4-2-3-1 não retém laterais, e isso nos dava amplitude de jogo, dificultando muito a marcação do Goiás. Atuamos com dois ponteiros que se aproximavam mais do jogo por dentro, traço importante em algumas das melhores atuações do Fluminense na época de Odair.
Luis Henrique e Lucca jogavam mais próximos a Nenê e Fred, o que proporcionava triangulações pelo meio e a quebra das linhas de defesa esmeraldina. Fred conseguiu encontrar a melhor forma de jogar, fazendo o pivô por baixo, tocando quase sempre de primeira e buscando a área para tentar as finalizações.
Nenê atuou onde atua melhor, que é pelo centro da linha média ofensiva, encorpando esse jogo de rápidas trocas de passes por dentro. E tudo isso fez do Fluminense um time incrivelmente rápido, o que prova que não é preciso ter jogadores que correm horrores para ser rápido no ataque. É preciso aproximação entre as peças e deslocamentos inteligentes.
Ah tá, Savioli, mas você não percebeu isso antes do jogo? Não, não percebi mesmo, e duvido que algum cristão tenha tido essa antevisão do que aconteceria. Até porque estamos com a visão encoberta por um noticiário que nos desagrada muito, com o assédio desenfreado aos nossos atletas do Sub-17 e a ideia até aqui muito mal explicada da reforma das Laranjeiras, entre outras coisas.
Eu vejo esse reencontro com um modelo de jogo, que, inclusive, teve momentos muito bem produzidos de marcação pressão, de forma muito positiva, pois pode dar o norte dos nossos próximos compromissos.
Eu acredito que há peças que podem enriquecer esse modelo e nos recolocar no patamar que alcançamos em alguns momentos do Campeonato Brasileiro. Mesmo sem grandes exibições, tivemos momentos de muita consistência. Acho que podemos até evoluir em cima desses momentos, elevar o sarrafo. O importante é que Marcão reconheça o acerto do jogo de ontem e não mude mais o modelo. É hora de, no máximo, trocar, de forma sábia e conveniente, algumas peças, seja no decorrer das partidas, seja de forma definitiva.
Michel Araújo pode reencontrar seu melhor futebol atuando da forma como atuava com Odair, fazendo a função que hoje é de Lucca. Yago pode, em algum momento, substituir Hudson, mas é bom ressaltar que Hudson se saiu bem dentro desse esquema e merece um pouco mais de tolerância de nossa parte.
Eu acho que talvez seja o momento de baixarmos um pouco o tom das críticas, pelo menos no âmbito das quatro linhas, e cerrarmos fileiras por uma vaga na fase de grupos da Libertadores. Não vai haver facilidade alguma, porque teremos jogos duríssimos pela frente: Bahia, Atlético MG, Ceará e Santos.
A lembrar, o Bahia briga contra o rebaixamento e vem conseguindo alcançar um nível melhor de organização nas últimas rodadas. É um time que possui bons recursos técnicos, superiores aos times que enfrentamos recentemente.
O Atlético MG briga pelo título, o Ceará ainda briga por uma suposta oitava vaga na Libertadores, que pode advir da vitória do Grêmio na final da Copa do Brasil, e o Santos está nesse mesma toada.
Ou seja, nós temos que olhar do jogo de ontem para cima. Por mais que tudo pareça conspirar ao nosso favor e já estejamos no G-5, nosso lugar em grande parte do campeonato, nós não chegaremos a lugar algum fazendo exibições pífias como as anteriores do jogo contra o Goiás. Agora é para melhorar.
A pré-Libertadores está bem encaminhada, mas é possível dar um salto e garantir a fase de grupos, sobretudo em razão da deplorável situação do São Paulo, que demitiu Fernando Diniz. Ninguém sabe o que se passa nos bastidores do clube, portanto não dá para a gente vir aqui e tentar enquadrar os fatos na nossa receita de bolo.
O fato é que um time que ainda defende uma vaga no G-4, com um elenco que não é lá essas coisas, que demite o treinador está completamente à deriva. Espero que continue assim e que saibamos aproveitar a oportunidade.
Será muito positivo para o Fluminense, enquanto marca, voltar a a disputar uma Libertadores. Melhor ainda se for para entrar para ganhar, mas esse é um assunto muito longo e complexo. Tem tempo para isso.
Vamos um passo de cada vez!
Saudações Tricolores!
É O GRAVATINHA A PELEJAR COMO UM ESPADACHIM EXÍMIO E INVISÍVEL, PORQUANTO, ESOTÉRICO, CONTRA UMA PATOTA DA FLU SÓCIO, ABOLETADA A SE LOCUPLETAR, CONTRA UM TREINADOR CAMELÔ DE ÉBANO A HAVER SE REVELADO PRODÍGIO, CONTRA UM JURÍDICO A AUXILIAR COM QUE NEGOCIAÇÕES AVILTANTES MATERIALIZEM – SE A FAZER PESAR MAIS UM ORÇAMENTO JÁ DÉBIL EM DÉFICIT GIGANTE NAQUILO QUE TANJA AO DIREITO TRABALHISTA PARA ALÉM DAS NEGOCIAÇÕES DE ATLETAS DA BASE A TOQUE DE CAIXA NA BACIA DAS ALMAS E, CONTRADIÇÃO, DEVESSE SER NA BUSCA A AMORTIZAR E A DEBELAR – SE, PLANEJAMENTO HOUVESSE, ESTIRPÁ – LO…NO CAMPO DO GRAMADO…
Achava até que o Diniz sairia a qualquer hora para voltar ao Fluminense, o Ceni assumiria o São Paulo e o Flamengo tem mais é que se f.. Mas acho que o Diniz agora vai fazer um ano sabático para entender como consegue fazer times jogarem bonito e agora conseguindo vencer, mas com a receita desandando no final. Parece um Cuca em construção. Nem sei se seria uma boa ele vir para o Fluminense agora, mas acho que o Marcão não é um técnico para a Libertadores, embora possa ser para o carioca.