Na segunda-feira à noite, o torcedor do Fluminense lavou a alma. Não foram “apenas” a vitória, a goleada e a grande atuação no segundo tempo do jogo contra o Atlético Mineiro, mas principalmente algo que andava raro nos gramados pisados pelo Flu: atitude. Muita atitude.
O conjunto da obra levou ao segundo melhor momento deste ano. O primeiro foi a conquista da Primeira Liga, ainda que a competição necessite de histórico futuro.
Sobre a atitude do time em campo, foi tão fulminante que passou por cima de tudo: da limitação técnica de alguns jogadores, dos equívocos da diretoria, de Levir, da irregularidade que nos assola há várias temporadas, das dificuldades econômicas e até mesmo da risível tentativa de politização dos bons resultados do nosso onze em campo. Tudo virou pó diante da correria desenfreada acompanhada pela pegada e criatividade no gramado, deixando os medalhões do Galo paralisados. Parecia um Flu de antigamente, ou ainda de 2010 e 2012, daqueles que apaixonaram seus jovens torcedores para sempre. Que seja também agora, é o caminho.
Falando em vergonha, com muita vergonha na cara e postura de quem respeita as três cores, aí está o interminável Magno Alves, tão criticado jocosamente em sua vinda e permanência por muitos que hoje pulam no teto de alegria. Se o mundo dá muitas voltas, no futebol elas são multiplicadas por dez. Levir que o diga quando o colocou em campo na segunda-feira. Magno está nos acréscimos do árbitro? Ok, naturalmente, mas que acréscimos!
Em muitas ocasiões no passado, o Fluminense desafiou definições, atropelou manchetes negativas, adversários renomados e outras intempéries para conquistar seus inúmeros títulos. Em todos eles, essa dinâmica de desafio foi avassaladora. Para ser campeão é preciso regularidade. Eis aqui a grande expectativa que a torcida tem: repetir e repetir ao menos parte daquele segundo tempo brilhante em Edson Passos nos próximos compromissos.
Bem lembrado aqui ontem pelo nosso Paulo Rocha: que ninguém se engane com a suposta fraqueza da Chapecoense. O time catarinense tem apenas três pontos a menos do que o Flu e já nos pregou diversas peças. Não é hora de oba-oba nem fanfarra, até porque a dureza dos dois próximos compromissos fora (Grêmio e Corinthians) exige a manutenção daquela mesma atitude que fez a torcida do Flu ficar sonhando acordada até agora.
Com atitude, garra, compromisso e mantendo a linha, o Flu pode sim voar mais alto neste campeonato japonês de futebol – quase todo mundo é igual, a disputa é parelha e vai chegar mais longe quem tiver disposição. O sentido de unidade é fundamental para podermos estimar o que será do nosso novembro. Mas a impressão de agora é que o pior já passou.
Resta torcer muito pelo estabelecimento definitivo da regularidade. E que assim seja, é claro.
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Imagem: rap