Ah, o futebol (por Paulo-Roberto Andel)

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Pode ser num desses jogos abarrotados e caríssimos da Copa dos Campeões, Premier League, Campeonato Espanhol, Português, qualquer um.

Ou num vilarejo pobre de Cabo Verde, a viela de uma favela do Brasil, nos escombros do Haiti.

Debaixo de uma marquise, numa rua fechada para lazer aos domingos.

Num clube chique, de mensalidades caras.

Na tela da televisão, onde se pode ver todos os jogos do mundo hoje em dia.

Garotos ricos, remediados, humildes, paupérrimos, miseráveis. Crianças correndo atrás de uma bola, com os olhos esbugalhados ao ver a redonda em movimento. O mundo em ação.

Numa Terra de exclusão, egoísmo e materialismo desenfreado, o futebol ainda pode ser um dos pequenos bálsamos das cenas cotidianas.

Já parou guerras e fez inimigos apertarem as mãos.

Sim, há muito a ser feito e definitivamente o futebol é pouco para mudar as ganâncias do mundo, embora seja uma pequena ajudinha de cada dia.

O Natal passou, o Ano Novo está a caminho em instantes.

Eu queria o impossível: que todos tivessem água, comida e felicidade. Que as guerras cessassem. Que se pudesse passar por cima das diferenças que causam a opressão de cada dia.

Dada a impossibilidade, que mais garotos saiam por aí chutando suas bolas nas ruas de asfalto ou terra, na areia da praia, em pequenos gramados, e sejam mais garotos, mais crianças do que nunca – afinal, é o que todos somos quando ficamos hipnotizados por um passe, um drible, um grande gol.

Que o mundo seja menos injusto e que o futebol ajude a diminuir a infelicidade na Terra. Mesmo que às vezes – ou muitas – ele nos leve aos inevitáveis caninhos da ingenuidade e da pieguice. Nos transforme não em hipnotizados, mas em verdadeiros bobos alegres inebriados pelo primeiro lance, a primeira vitória, a grande atuação numa noite desimportante, a jogada. Até que venha um grande título e tudo seja perfeito e belo. Ou a derrota, tsunami de bons e maus. O céu e o inferno que nós mesmos elegemos.

A você, que tem acompanhado estas linhas por aqui, o meu muito obrigado, um grande abraço, que tenhamos vivido as Boas Festas e logo ali, em 2015, já estamos de volta.

Perseguindo a bola, suas nuances e detalhes, seus momentos, seus caprichos. De preferência com jogadores até humildes tecnicamente, mas não traíras. Helio Andel me disse numa noite de 1978: “Aceite de tudo do Flu em campo, menos falta de raça”. Tinha toda razão. Tem.

Tudo de bom. Feliz ano novo. É sempre legal ter você aqui. Seguimos juntos, sem um arranhão da caridade de quem nos detesta.

O Fluminense ruge.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: panoramio.com

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1 Comments

  1. PREZADO ANDEL, FELIZ E PRÓSPERO 2015 À VC E À IMENSA FAMÍLIA TRICOLOR EM TODO PLANETA!!!
    QUE NO ÂMBITO CLUBÍSTICO POSSAMOS SER PRESENTEADOS COM UMA EQUIPE DETERMINADA E OBSESSIVA NA BUSCA DE GRANDES CONQUISTAS E, PRINCIPALMENTE, QUE RESPEITE O CLUBE, SUA INEBRIANTE HISTÓRIA, SUA CONTUNDENTE TRADIÇÃO E SUA APAIXONADA TORCIDA!!

    ST A VC E A TDS!!!

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