Ontem, eu lancei meu terceiro livro, que se chama “1995 – O campeonato do centenário” em alusão ao histórico título chancelado pelo gol de barriga de Renato Gaúcho.  Havia escrito em dez noites de novembro de 2011, depois de longa pesquisa na Biblioteca Nacional. Um dia, veio à tona, ironicamente na véspera do aniversário de 5 anos da morte de meu pai, Helio Andel, e daquele jogo que é o jogo para milhões de torcedores: Flu 3 x 1 São Paulo, Washington, passagem para as semifinais da Libertadores de 2008.Tudo isso deve ter algum sentido.Não tenho palavras para descrever o agradecimento por todos os que compareceram à Editora Multifoco por ocasião do lançamento de “1995”. Gente querida de todas as idades, lugares da cidade, mesmo fora dela, a presença de autoridades, amigos, admiradores, é uma lista enorme.Para Marcia Villas-Boas e toda a Multifoco, um grande beijo e obrigado por acreditar na ideia. Alguém despreza, alguém traz acalanto.

Wagner Victer e Aílton Ferraz, muito, muito obrigado.

Os queridos amigos e companheiros de trabalho do PANORAMA. De outros sítios também.

Uma gata de chocolate.

Um narizinho.

A parlamentar mais bonita do Brasil.

A menina mais linda do mundo. Para sempre.

Os bacharéis da literatura tricolor em peso.

Nossos missionários das arquibancadas, das torcidas organizadas ou avulsos, ímpares.

Parceiros fiéis dos tempos da faculdade.

Mais de cem pessoas, amigos e amigas, cada uma feito chama do coração que nunca há de se apagar.

Todo o agradecimento será pouco pela oportunidade.

Eu pensei ano passado em nunca mais publicar livros de futebol. Numa noite, estive a jantar com dois amigos queridos e, depois da conversa, eu era outra pessoa. São João Marcelo Garcez e Luiz Alberto Couceiro. A eles, dedico o que não me sai da cabeça:

“E aqui este livro é narrado em primeira pessoa: num súbito, uma lágrima – a primeira de muitas – ganhou meu rosto. A mesma que, tantos anos depois, ainda tenho nos olhos: eu penso nas pessoas que estavam nas arquibancadas naquela tarde inesquecível. Penso na corrida solitária de Renato depois de ter assinado o maior gol da história. As pessoas ajoelhadas, rezando, chorando, impactadas com o apocalipse que significou o 3 x 2 deste título memorável. Os senhores com seus radinhos de pilha nos ouvidos, lágrimas ao vento e quatro minutos que duraram um ano. Os irmãos das arquibancadas que tinham visto tudo perdido, tinham descido as rampas e, num súbito, voltaram para o santuário da vitória, cada vez mais apaixonados, cada vez mais tricolores e loucos, loucos de paixão, cada vez mais sedentos por futebol e tudo o que ele representa para o coração de um torcedor. Tudo o que fizemos, o que sonhamos, sentimos e fizemos realidade. Horas depois do jogo, também choramos muito em Laranjeiras. Tantos anos depois, recordar isso tudo ainda me emociona muito, me faz pensar em amor, em sonhos, na delícia de uma vitória sensacional. Saber de quantas paixões infantis pelo Fluminense nasceram neste dia, assim como as tantas que ficaram cada vez mais fortes, redivivas, por causa destes meses de 1995 e seu desfecho apoteótico. Uma vitória de amor, feito o mesmo amor que um poeta enxerga em ver sua bailarina amada à ribalta, feito um retrato de Juliana e seus olhinhos de ágata.

Tudo isso é para mim a prova inequívoca de que, na monumental arquibancada de concreto do Maracanã, experimentei uma sensação ímpar: foi o dia mais feliz de toda a minha vida como torcedor, foi o maior jogo que vi em todos os tempos.”

Isso diz tudo.

Um beijo enorme.

Paulo-Roberto Andel

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

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